O inédito texto “Nas Asas dos Sons” foi a história com que colaborei para o livro “Pedaços de Nós…”, lançado no dia 16 de Novembro de 2019 na Capela do Livramento do Palácio/Convento de Mafra.
A obra, que assinala o lançamento da primeira pedra do Palácio e Convento de Mafra, este ano considerado pela UNESCO Património Mundial da Humanidade, foi promovido pela Associação 1717 Acreditar e todas as referências têm a ver com esta data, já que a primeira pedra foi colocada no dia 17 de Novembro de 1717, pelas 17H17.
Assim, o livro contém, simbolicamente,17 fotografias de um fotógrafo mafrense, 17 obras gráficas e 17 contos, inspirados em fotografias do Convento mandado edificar por D. João V em Mafra com os seus dois imponentes carrilhões (de que falarei no meu texto). O lançamento do livro só se realizou no dia 16 de Novembro, porque no dia 17 a agenda de eventos do monumento já estava totalmente preenchida.
A Associação 1717 Acreditar teve como parceiro exclusivo desta obra a Câmara Municipal de Mafra que suportou os seus custos de produção gráfica.
De salientar que as receitas do livro revertem para entidades de reconhecida atividade social, solidária e filantrópica. Para esse efeito, foram eleitas pelos seus colaboradores as instituições que receberam como oferta 40 livros, os quais poderão ser-lhes comprados diretamente, por…17 euros cada.
Espero contar com o contributo dos leitores do Casal das Letras nesta ação cultural, memorialista e solidária, na qual participei, tal como todos os outros autores, de forma entusiástica e empenhada.
No site da Associação 1717 poderão encontrar, decerto, o nome das associações beneficiadas com esta iniciativa.
Edite Esteves
A carreira poética de Maria do Sameiro Barroso foi distinguida com o Prémio Oração de Madre Teresa de Calcutá, atribuído (Maio,2019) no Festival Internacional de Poesia de Gökovo (Kosovo). Do meio literário português, Maria do Sameiro é a primeira autora convidada para este encontro cultural. Decorreu igualmente neste festival a apresentação do seu livro Broken String (Corda Partida), que integra poemas em inglês e conheceu já tradução para albanês, feita por Jeton Kelmendi, professor universitário, tradutor, editor e um dos mais prestigiados poetas contemporâneos de língua albanesa.
Maria do Sameiro Barroso tem uma obra poética de inegável mérito (com diversos títulos de referência, entre os quais: Jardins Imperfeitos, Amantes da Neblina, As Vindimas da Noite e Uma Ânfora no Horizonte). Também médica, Maria do Sameiro dá muito do seu talento ao estudo da História da Medicina, abraçando ainda a investigação nas áreas das literaturas portuguesa e alemã. O seu labor enquanto ensaísta tem sido, do mesmo modo, reconhecido.
Registamos a seguir um poema do seu livro Broken String, traduzido para português pela autora.
Momento da entrega do prémio a Maria do Sameiro Barroso
Uma Carruagem de Água
Movimento-me com o sol
e janelas luminosas,
envolta em pés de dança.
Movimento-me entre as folhas,
seguindo os padrões do ouro.
Escondo-me nas sombras da luz verde.
A minha missão é seguir pelos campos
e mergulhar num pântano,
como se fosse uma carruagem
de água cristalina.
Os cavalos da noite trazem dor,
crinas, eternidade.
O sol mergulha num século triste,
o mundo é um filme ébrio,
as flores despedem-se à noite,
os rouxinóis continuam a cantar,
a música flui.
E as tâmaras maduras continuam
a passar.
Maria do Sameiro Barroso
No campo literário, a jornalista Maria Augusta Silva surge com Corpo Finito, volume de poesia dividido em três capítulos: «Cânticos de Nós», «Coro dos Frutos» e «Eternos Cânticos». À semelhança do anterior (Dança de Matisse), o novo livro abraça a temática amorosa, aprofundando-a (de forma simples) no duelo entre a vida e a morte, na tensão de espírito própria do finito e infinito, que as metáforas desejam sublinhar.
São poemas que viajam no tempo, cientes da efemeridade, não abandonando, porém, a essencialidade do amor mesmo quando o corpo pressente o limite. Testemunho disso é o poema Corpo Finito (que dá título ao livro e aqui inscrevemos). No último capítulo, «Eternos Cânticos», no qual a autora recorda os pais, a memória procura, no entanto, negar a efemeridade do Ser num imaginário que une passado e presente, em particular nos poemas Sol e Sapatos de Inverno.
Com a chancela da Prelo (Maio, 2019), Corpo Finito tem capa marcada pelo cunho gráfico de José Maria Ribeirinho, inserindo um trabalho fotográfico de Armando Cardoso, nome de referência na arte de fotografar. A obra pictórica da contracapa é da autoria de José Maria Roumier, artista plástico representado em Portugal e no estrangeiro. Sublinhe-se que o pintor José Maria Roumier e o designer José Maria Ribeirinho são nomes do mesmo profissional. Vera Cardoso assina a paginação e tratamento gráfico de Corpo Finito.
POSTAL SEM DATA
De um modo ou de outro
havíamos de acabar por perceber
que duas almas solitárias mal se unem.
Este tempo é feito
de enganos, embaraços, matérias
a que não se prende o amor.
Em mim não encontro
tempo disponível e certezas
para corrigir essa mão cheia
de vírgulas e pronomes que sob
o juvenil ímpeto deixas cair
sobre o mundo.
Dentro deste tempo
a tua mão abriu aguaceiros,
dizias algumas mentiras para fazer
subir o fogo mais acima,
querias acreditar, a sintaxe trocava os predicados.
Caídos, os braços e os sentidos,
os teus lábios que foram
a progressão dos meus.
Como queiras.
(In “Aprender a Cantar na Era do Karaoke”, volume com a chancela
da Tinta da China. Reúne cinco livros de Fernando Luís Sampaio:
Conspirador Celeste, Hotel Pimodan, Sólon, Escadas de Incêndio e
Falsa Partida, editados entre 1983 e 2005, mais Roubar o Fogo —
inédito, 2018. Integra a colecção coordenada por Pedro Mexia)
Para incentivar a criatividade poética e o aparecimento de novos autores, a Editora Labirinto acaba de criar o Prémio Internacional de Poesia Victor Oliveira Mateus realçando, assim, a importância deste género literário e destacando, ao mesmo tempo, um nome que prestigia a cultura portuguesa, voz marcante da nossa poesia contemporânea.
Com periodicidade bienal, o prémio inicia-se este ano (instituído a 25 de Fevereiro) e os trabalhos a concurso deverão ser enviados até 21 de Março (2019), Dia Mundial da Poesia. A lista dos dez finalistas anunciar-se-á a 22 de Maio, Dia do Autor Português.
Os candidatos terão de remeter os originais para o e-mail:
premio.internacional.poesia.vom@gmail.com (indicando o assunto: Prémio Internacional de Poesia Victor Oliveira Mateus).
Conforme regulamento, os trabalhos concorrentes (escritos em espaço duplo e fonte Arial 12) serão assinados com pseudónimo na primeira página, a seguir ao título, e inseridos num ficheiro em formato Word ou pdf. Noutro ficheiro (formato Word ou pdf) indicar-se-á o título da obra a concurso, pseudónimo e dados do autor (nome, nacionalidade, país de residência e contactos). O júri não terá acesso ao segundo ficheiro, que ficará, unicamente, na posse do Secretariado do Prémio.
Poderão participar neste concurso literário poetas de todas as nacionalidades desde que a obra candidata esteja escrita em língua portuguesa (abrangendo as suas variantes). Não serão aceites poemas com mais de 25 versos, num volume até ao máximo de 50 páginas. Tema livre.
Cada autor submeterá a concurso um único trabalho inédito. Nenhum dos poemas poderá ter já sido editado em suporte de papel ou digital, nem serão admitidos trabalhos concorrentes a outros prémios ou entretanto premiados, nem antologias e traduções.
O Prémio consiste da publicação do livro vencedor (edição a cargo da Labirinto), prefaciado por um elemento do júri. O autor distinguido receberá ainda 25 exemplares da sua obra. E cederá os direitos de autor à Editora Labirinto por um período de dois anos a contar da data de edição. Não haverá premiados ex aequo, todavia, o júri, se o entender, atribuirá menções honrosas.
O júri do primeiro concurso Prémio Internacional de Poesia Victor Oliveira Mateus vai ser presidido pela poeta, tradutora e ensaísta Marta López Vilar. Mais seis elementos (entre escritores, professores universitários, tradutores, críticos literários e jornalistas) integram o júri: André Domingues, César Freitas, João de Mancelos, José Eduardo Degrazia, Pedro Marques Pinto e Rosângela Vieira Rocha. O retrato do post alusivo ao prémio é da autoria do pintor Miguel Elias.