memorias magicas

         Deixa voar bem alto a fantasia!
          Sem ilusões, o mundo que seria?

                                                   RAMÓN DE CAMPOAMOR (1817-1901)

    3.

     GRANDES MOMENTOS

filete


«Não vai acontecer nada. Está tudo controlado. Segurança completa.»
É verdade. Mas no silêncio reinante, quebrado apenas pelos rugidos dos
leões, todos sentem apertar-se-lhe no peito, em inquieta e secreta emoção,
o terror do "risco imponderável".


A NOITE
DAS FERAS

Aos comandos da sua Grove 750 BE, uma imponente grua de 45 toneladas, o maquinista António Cachapa aguarda serenamente que lhe seja dada ordem de ação. Dentro de um ou dois minutos fará deslocar, num movimento lento, o manípulo sobre o qual repousa agora a mão esquerda e começará, nesse instante, a mais extraordinária missão da sua vida.
Este alentejano de São Bartolomeu do Outeiro, Évora, que aos onze  anos veio trabalhar para a grande cidade, tem passado as duas últimas décadas a comandar gruas de todos os géneros, por regra gigantescas, inclusive uma matronaça de 90 toneladas, descomunal, de fazer parar as pessoas na rua, abismadas. Desta vez, porém, foi-lhe confiado um trabalho diferente. Extravagante. Logo de início puseram-no à vontade:
— Isto, senhor Cachapa, poderá parecer-lhe uma coisa de doidos, mas descanse que tudo está controlado. A segurança é total.
Explicaram-lhe o que iria passar-se e o que ele teria de fazer. A operação, claro está, ultrapassava em muito os limites da responsabilidade exigível a um pacato maquinista de gruas. Quanto à conversa de tudo aquilo não ser uma coisa de doidos... enfim, no final sorriu com os olhos, murmurou um tá bem, tá  – e mais não disse.
Agora, nesta noite fantástica, António Cachapa parece um pouco tenso, rosto sério, mal disfarçando a ansiedade. Sabe que, no minuto seguinte, se a sua grua falhasse por uma razão inexplicável, um homem seria, seguramente, devorado por leões.
Treze leões, dez dos quais adultos.
A ordem chega:
— Para cima. Subir, subir lentamente.
O maquinista aciona o manípulo, ouve-se ao mesmo tempo uma forte aceleração do motor possante. O imenso braço da grua começa a erguer-se. Na extremidade, dependurado num gancho enorme, está um homem vestido de negro, com a cabeça para baixo e metido numa camisa-de-forças. A corda grossa que o sustém, atada aos pés, arde a pouca distância. Arderá ainda durante mais dois minutos, antes de ceder. Por cima, numa estrutura cúbica de ferro ligada igualmente à extremidade da grua, dois operadores de câmara filmam em plano vertical.
— Continuar a subir. Lentamente, lentamente.
António Cachapa  relanceia um mostrador singular, à sua frente, algo como um "conta-metros" indicador da altura que vai registando a ascensão da grua. Nove metros. Está determinado que a elevação deverá cessar aos dez metros exatos. Quando atinge esse valor, o maquinista apressa-se a acionar uma alavanca semelhante a um travão de mão. O fragor mecânico abranda de imediato. Lá à frente, o homem enclausurado na camisa-de-forças serpenteia o corpo em golpes enérgicos, procurando libertar-se.
Hirto e completamente imóvel na sua cabina, António Cachapa aguarda de novo. O ponto elevado em que se encontra, a dois metros  do solo, concede-lhe uma visão privilegiada de tudo quanto se passa no recinto sobre o qual continua a debater-se o homem manietado. É, assim, dos primeiros a assistir à abertura de um gradeamento por onde se esgueira um grupo de leões. O macho dominante, um animal com dez anos, abre o desfile, mas é uma fêmea majestosa que toma a iniciativa de atacar o intruso dependurado, tentando alcançá-lo com as garras. Ergue o tronco sobre os membros inferiores, mantém-se por momentos na vertical, a pata esquerda frenética, num esforço de superar a distância, mas logo reconhece a desvantagem e acaba por juntar-se ao coro rugiente dos companheiros expectantes.
Um aviso estrepita no altifalante:
— Um minuto!
De acordo com os ensaios, a corda ardente cederá ao fogo um minuto depois. Mas o manietado, lá no alto, já libertou um braço, o segundo está quase. A silhueta esguia vai desembaraçando-se do colete, a cada segundo, contado por todos, em silêncio. O mutismo humano é absoluto, em contraste com o resmungo cavernoso das feras.
— Trinta segundos!
É agora a vez do próprio macho dominante manifestar-se hostil para com o usurpador do seu minguado reino. Agiganta-se ferozmente na direção do vulto. Como resposta, quase lhe cai aos pés, pouco depois, um colete branco, que inspeciona, intrigado. Nota-se a partir desse momento uma súbita agitação nas pessoas. Ordens e avisos cruzam-se nos intercomunicadores. Também António Cachapa é alertado:
— Preparar a retirada.
Recado desnecessário para quem não esperou outra coisa na eternidade dos últimos dois minutos.
O altifalante anuncia:
— Dez segundos!
Por debaixo da corda que arde ainda, o homem de negro está totalmente liberto. Soergue o tronco, alcança os pés, desata-se e fica numa posição normal, braços esticados, segurando-se com as mãos ao gancho do engenho, como um isco vivo na ponta de uma colossal cana de pesca. O maquinista sabe ser esse o momento decisivo que culminará a sua missão: terá de efetuar harmoniosamente dois movimentos rápidos, o primeiro consistindo numa ligeira elevação da grua, para logo de seguida deslocar a mesma na direção de um dos torreões laterais, pondo a salvo aquele desventurado paraquedista sem paraquedas. No instante em que os pés deste atingem o solo do torreão, a corda que ficara para trás, agora inteiramente consumida pelas chamas, acaba por ceder. Entretanto, para acentuar a espetacularidade do grand finale, o topo do próprio torreão incendeia-se subitamente, no momento do contacto, à volta do homem de negro. Todos aplaudem, há gritos de alegria.
António Cachapa desliga o motor da grua, sai da cabina e deixa-se ficar por ali, absorto na noite brumosa, as mãos metidas nos bolsos do macaco avermelhado, repetindo «… o diabo do rapaz!, o diabo do rapaz!, que é preciso, de facto, coragem para fazer uma coisa destas!».
São três horas da madrugada quando o "rapaz", à distância de trinta  metros, se dirige por altifalante ao maquinista, agradecendo-lhe:
— Terminamos por agora, senhor Cachapa. Muito obrigado por tudo.
O maquinista responde alegremente:
— Não tem de agradecer. Fiz o melhor que sabia. Boa noite, senhor Luís de Matos.

 

© PEDRO FOYOS



O RISCO
IMPONDERÁVEL

Noite cerrada. O Zoo de Lisboa é um sítio lúgubre à noite.
Caminhando pelas alamedas em trevas ouvem-se, vindos do arvoredo em redor, sons estranhos, piares ásperos de aves indefiníveis. E na quietação das jaulas próximas acendem-se olhos numa pressentida e imóvel vigília.
Nesta noite, porém, há um espaço do Jardim Zoológico, denominado Solar dos Leões, que resplandece como se o víssemos à luz do dia. Potentes holofotes derramam sobre o recinto muitos milhares de watts, iluminando uma extraordinária azáfama. Máquinas, veículos, gente atarefada, ordens transmitidas por altifalantes, imagens projetadas num ecrã gigante… Vive-se o ambiente de uma grande produção cinematográfica. No caso, televisiva. A RTP grava o programa especial a transmitir no primeiro dia do ano, com Luís de Matos a realizar uma das mais prodigiosas ilusões de sempre. Trata-se de um número de escapismo, evocativo, em certa medida, de uma proeza magna do lendário Houdini, todavia revestindo uma espetacularidade e risco maiores. O mágico português, fortemente aprisionado numa camisa-de-forças e preso pelos tornozelos a uma corda em chamas, a dez metros de altura, terá apenas dois minutos para conseguir libertar-se. Findo esse tempo, a corda partir-se-á. Muito pior do que uma eventual queda de dez metros é a circunstância de tudo decorrer sobre o recinto onde se passeiam os treze leões.
A aventura desta noite envolve riscos sérios. Riscos calculados e controlados, contudo riscos. Ninguém se sente "aventureiro", embora seja evidente que todos, naquela equipa de uma vintena de pessoas, assumem exaltantemente a aventura. A "operação" foi objeto de uma planificação rigorosíssima, dirigida pelo próprio Luís de Matos. Analisaram-se todos os aspetos de segurança, até ao mais ínfimo pormenor. Subsiste sempre, no entanto, o "risco imponderável". O realizador Carlos Sá Pereira, que averba uma longa experiência neste género de atividade "mágica", qualifica tal risco como «uma quase inevitabilidade do imprevisto, depois de tudo previsto». Adianta:
– O imprevisto acaba sempre por fazer a sua aparição, com consequências de importância variável. Poderemos estar meses a estudar um trabalho como este, com tudo montado ao milímetro e ao segundo, dificilmente conseguiremos erradicar por completo os imprevistos. Surge sempre uma determinada situação na qual ninguém havia pensado.
Carlos Sá Pereira mostra-se inquieto, contrariado, porque precisamente uma dessas situações ocorreu uma hora antes, durante os ensaios. Eis:
Luís de Matos encontra-se enfaixado na camisa-de-forças e pendurado de cabeça para baixo na corda ardente quando, devido ao efeito das chamas sobre uma liga de metal da caixa protetora da câmara, a mesma se derrete e se solta, trespassando a roupa e atingindo-o nas costas. Os leões estão presos, nesta ocasião, pois o ensaio tem por fim, apenas, um registo de cronometragem. Luís de Matos grita lancinantemente para que o desçam. O maquinista da grua atua de imediato, porém a descida tarda ainda dez segundos, após o que elementos da equipa se apressam a apagar a corda. Só depois se dão conta de que o mágico mantém os pés atados. Foi uma metodologia errada, que Luís de Matos, no minuto seguinte, reprova  energicamente, ordenando aos assessores:
— Numa situação destas, a prioridade absoluta terá de ser a minha libertação! Aconteça o que acontecer, a primeira coisa a fazer terá de ser libertarem-me! Libertarem-me rápido, o mais depressa que for possível!
As queimaduras sofridas na parte dorsal do corpo não apresentam especial gravidade. Numa ambulância dos bombeiros, que desde o princípio permanece no local, Luís de Matos recebe um primeiro curativo e enquanto isso combina com o assessor operacional, Joaquin Moreno, um dispositivo de segurança, a acrescer a todos os outros adotados, para o caso de  novos imprevistos.

Passa da meia-noite. Vai iniciar-se o último ensaio. Recomposto e descontraído, Luís de Matos já faz humor (um tanto negro) à volta do episódio:
— São muito exigentes, estes leões. Carne... só grelhada!
Depois, como as feras continuem a rugir ensurdecedoramente, grita pelo altifalante:
— Os leões que se calem! Estamos a trabalhar!
Carlos Sá Pereira, por seu turno, desdobra-se em instruções intercomunicadas aos vários elementos da equipa:
— Atenção à cronometragem... É preciso produzir mais fumo, lá ao fundo... Vamos ensaiar os archotes... – E diretamente para Luís de Matos, a postos no recinto: – Atenção, vamos içar-te e deixar-te lá em cima durante um minuto para acerto das luzes.
Nova subida, com Luís de Matos a permanecer, depois, longo tempo de cabeça para baixo. Dá sinais de cansaço:
— Os vossos minutos têm mais de sessenta segundos! Para a próxima empresto-lhes o meu  relógio...
A grua de filmagem Jimmy Jib, cujo braço de muitos metros tem na extremidade uma câmara, permitirá captar em simultâneo, num único plano, o mágico e, por debaixo dele, os leões. Articulam-se os tempos com a posição da câmara.
— É exatamente neste ponto – comunica Sá Pereira ao operador Adão Borges – que teremos de abrir o plano.
A anotadora Luísa Vilaça vai registando os tempos.
Por fim, ordena-se ao maquinista que desça a grua. Antes de chegar ao solo, Luís de Matos graceja de novo:
— Têm a certeza de que não ficou cá fora, esquecido, nenhum dos leões?
Vinte minutos depois das duas da madrugada, findo mais um ensaio, a equipa considera que pode avançar-se para a filmagem definitiva, ou seja, a sequência contínua, sem qualquer corte, que em breve será vista por perto de dois milhões de telespetadores. Desta vez não haverá restrições aos livres movimentos dos leões. As treze feras  coexistirão, supostamente por um lapso de dois minutos, com um intruso humano a dez metros do solo e preso, de cabeça para baixo, a uma corda que cederá ao fogo ao fim daquele tempo.  
Aires Colaço, funcionário do Zoo de Lisboa, é há muitos anos o principal tratador destes animais. Conhece-os e respeita-os. Já lhe causaram alguns calafrios. É ele quem aperta a camisa-de-forças à volta do tronco de Luís de Matos. Os assessores Joaquin Moreno e Pedro Lino transportam o mágico em direção à grua, atando-lhe os pés ao gigantesco cabo. Incendeiam a corda. Outro assessor, Pedro Coelho, posicionado ao lado do maquinista António Cachapa, dá pelo altifalante ordens sucessivas. Primeiro, para quem se encontra no recinto dos leões:
— Abandonar! Abandonar! Dez segundos. Vão entrar os leões!
O braço da grua sobe lentamente. Ouve-se a voz do realizador Carlos Sá Pereira:
— Está a gravar! Está a gravar!
E o assessor, dirigindo-se à equipa dos bombeiros:
— Aí os meus amigos tomem posição.
Logo depois, interroga o maquinista da grua:
— A que altura estamos, senhor Cachapa?
— Nove metros.
O tratador Aires Colaço aguarda a ordem que chega enfim:
— Senhor Colaço, atenção, estamos nos dez metros... Agora! Abrir a porta! Agora!
De súbito, sob a luz potente dos holofotes, todo o recinto fica povoado de feras. Visão arrepiante, com o mágico suspenso numa corda ardente, a dez metros de altura. Uma funcionária da RTP, não pertencente à equipa, tapa o rosto com as mãos e aflige quantos lhe  estão próximos:
— Ai!... parece que ele está com dificuldade em desenvencilhar-se do colete-de-forças, não acham?
Tranquilizo-a:
— Não está nada. Nem meio minuto ainda passou. Falta minuto e meio.
A senhora não desarma:
— E se acontece… a corda arder mais depressa, antes dos dois minutos…?
Vem-me à memória a história do "amigo da onça". Mas respondo-lhe com afabilidade, replicando as palavras que incontáveis vezes ouvi nas últimas horas:
— Não vai acontecer nada. Está tudo controlado. Segurança completa.
— Apesar disso – insiste a "amiga" –, penso que deviam estar colocados aqui atiradores de dardos paralisantes, para o caso de acontecer alguma coisa...
Repito, suavemente menos afável:
— Não vai acontecer nada.
É verdade. Mas no silêncio reinante, quebrado apenas pelos rugidos dos leões e pelas palavras repisativas do realizador («... está a gravar... está a gravar...»), todos sentem apertar-se-lhe no peito, em inquieta e secreta emoção, o terror do "risco imponderável".

 

© PEDRO FOYOS



DIAS LOUCOS
EM PARIS

Texto disponível proximamente...

 


ARTE
DA MÁ SORTE

Humor e magia: um casamento feliz. Alguns dos grandes momentos do espetáculo de magia são representações fundadas no humor. Porém, parafraseando o conceito histórico de David Devant – Um mágico é um ator a fazer o papel de mágico –teremos, em relação a esta modalidade, de redobrar os dotes do ator: um bom mágico humorista não poderá deixar de ser infalivelmente um grande ator.
Da numerosa galeria de comediantes que talentosamente converteram a magia moderna numa disciplina da egrégia arte teatral nomeio hoje o notável ator John Thompson. Tive o privilégio de o conhecer pessoalmente no final do século passado. À sua arte de representação e de conceção de espetáculo aditava, como valor acrescentado e meio de expressão, a magia.
Vale a pena perscrutar, num relance, a vida deste norte-americano, oriundo de Chicago. Uma vida singularmente atribulada. Tudo começou no dia em que resolveu enveredar pela carreira profissional de mágico, uma atividade para a qual seria o último dos predestinados, tendo em conta a desgraçada sorte que o perseguia como uma sombra irrevogável. De facto, as coisas corriam-lhe mal, sempre muito mal, incontrolavelmente mal, por isso os amigos o advertiram da imprudência da opção. O ilusionismo – ter-lhe-ão dito – possui uma faceta fortunosa, é uma espécie de sincronologia de acasos felizes, uma roleta de êxitos contingentes. Portanto: nenhum azarado congénito deveria aventurar-se em tão arriscada provação. Thompson, no entanto, não só desprezou os conselhos como forçou a obstinação ao ponto desaforado de se apresentar como... The Great Tomsoni! A petulância foi ao extremo de se exibir com uma vistosa faixa nobiliárquica e fraque pejado de condecorações. Não satisfeito, escolheu para assistente a própria esposa, Pamela Hayes, de temperamento ímpar, entre o estapafúrdio e o lunático, cabeleira eriçada, acrescendo o inveterado hábito de em palco passar o tempo a mascar pastilha elástica, desse modo reforçando o enorme enfado que as magias do marido lhe causavam. Depois, aconteceu o previsível. Todas as exibições redundavam no mais risível repositório de lances azarentos, falhados. Ocorriam a todo o momento  inimagináveis imprevistos, vicissitudes infindas. Percalços seriamente embaraçosos, como aquele de ficar desbraguilhado a meio de um número ou um outro que sempre e sempre lhe ocorria ao atuar com pombas. A aparição sucessiva das aves, em passes deslumbrantes, era um número de agrado certo no público, e ele executava-o com inexcedível mestria. Por regra, contudo, havia uma dócil ave que, no preciso instante em que se acomodava sobre o ombro do mágico, virava as costas à plateia e aviava sem cerimónia a encomenda que devia ter despachado antes de entrar ao serviço. Vezes sem conta o Grande Tomsoni mudou de pombas, no propósito de não deslustrar o encantamento da representação, mas sempre havia uma que, em pleno espetáculo, cometia, com provocante desenvoltura, a praxe indecorosa. E com que estilo! Em resultado destes azares sistemáticos – o caso das pombas é tão-só um exemplo entre mil – o nome do Grande Tomsoni começou a ser conhecido no mundo inteiro, sendo um dos ilusionistas mais disputados e aplaudidos. Não é habitual encontrar-se um artista tão azarado, a quem nada – rigorosamente nada – corre bem, todavia mostrando uma fleuma "pamplinesca" que revés algum consegue abalar. Tanto azar, bem pode afirmar-se, foi a sua sorte. Quase octogenário, retirou-se da vida artística somando um palmarés  impressionante de prémios e títulos internacionais. Seriam precisos cem fraques, ou mais, para recolherem tanta condecoração.
Perante tal impasse, aposentou-se.



© PEDRO FOYOS



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REALIDADE E LENDA