JORNALISMO
FICÇÃO
DIREÇÃO DE ANTOLOGIAS
O CRIADOR DE LETRAS
Uma surpreendente viagem às civilizações do Próximo Oriente Antigo. Cada escala faz parte de um jogo intrigante que nos remete para a invenção do alfabeto cerca do século XIV antes da era cristã. Em fundo, a cidade fenícia de Byblos, onde se veneram as oliveiras. Nessa urbe de cultura e de ciência funciona a maior e mais antiga escola de escribas. Um dos mestres, de quem não ficou registo de nome, realiza por esse tempo, a pedido do Rei, uma obra singular cujo fim é o de simplificar a complexa escrita de então. Nasce assim o alfabeto fonético, antepassado da maior parte dos alfabetos do mundo e protótipo lendário daquele que, passados mais de três mil anos, continuamos a usar.
O núcleo ficcional deste romance de Pedro Foyos está dividido em 26 capítulos por meio dos quais se converte o aparente abstracionismo gráfico de cada uma das letras do alfabeto moderno em histórias concretas, mais ou menos interligadas de A a Z. A relação da história com a letra encontra-se apenas insinuada, de modo a ser o leitor a detetar, página a página, o analogismo.
Entrevista à Rádio Antena 1 sobre o livro "O criador de letras " (2009)
BOTÂNICA DAS LÁGRIMAS
O drama silencioso de uma criança que nas árvores encontra a cumplicidade mais pura contra a violência.
Logo na primeira edição, em Setembro de 2009, críticos e profissionais das Ciências da Educação realçaram Botânica das Lágrimas como de leitura aconselhável a educadores, assistentes sociais, professores e pais, além dos próprios jovens. Vão no mesmo sentido as palavras de Miguel Real ao qualificar a obra como «um dos romances marcantes da literatura juvenil portuguesa.»
É também um livro de descoberta científica, aliciando a esse nível os leitores sensíveis à temática da Natureza e preservação do Ambiente.
Recorrendo à imaginação e ao sonho, um menino-herói procura combater as violências que lhe infligem alguns colegas mais velhos. E com a inesperada cumplicidade das árvores de um Jardim Botânico vence as lágrimas nunca confessadas.
A "viagem" aventurosa narrada neste romance de Pedro Foyos decorre em tempo real, como um registo fílmico. Tudo se passa num sábado primaveril, entre as 09h15 e as 12h00.
Em Novembro de 1988, no decurso de uma pesquisa jornalística para uma obra celebrativa dos 125 anos do Diário de Notícias, Pedro Foyos localizou na caixa-forte do Centro de Documentação daquele jornal largas dezenas de desenhos da autoria de Stuart Carvalhais. Apurou-se depois o número extraordinário de 208 desenhos acondicionados numa caixa e dos quais não existia qualquer registo arquivístico. Maior seria a surpresa ao comprovar-se que os desenhos nunca haviam sido publicados. Stuart manteve na década de 30 uma colaboração regular no DN e no popular magazine Notícias Ilustrado, dirigido por outro artista não menos talentoso, Leitão de Barros. Os cartoons e ilustrações diversas eram realizados no próprio jornal e, com frequência, o genial cronista gráfico produzia dois ou três desenhos para o mesmo tema. Imperiosas limitações de espaço ditadas pela elaboração de um jornal diário adiavam as inserções que desse modo se desatualizavam e acabavam esquecidas para sempre nos gavetões do arquivo. Por outro lado, é admissível que a Censura tenha sido por vezes a causa da “morte súbita” dos desenhos mais satíricos e do sequente arquivamento. |
JARDIM REPÚBLICA
Um dos mais ignorados episódios da História da Primeira República, relacionado com o culto da árvore e as obscuras guerras que lhe advieram, inspirou esta obra de Pedro Foyos, Jardim República. O volume, inteiramente a cores, é enriquecido com ilustrações originais de Isabel Lobinho (aguarelas) e Armando Cardoso (fotografia e arte digital), além de numerosos registos iconográficos da época.
Este é um daqueles raríssimos livros prismáticos onde o leitor encontra, sobre um mesmo tema, visões em géneros literariamente díspares: a ficção fantástica e a divulgação histórica, rigorosa e documentada. Após uma alegoria inicial em torno dos atos de alucinado extermínio cometidos à noite sobre as árvores plantadas de manhã por crianças de todo o País, assiste-se a uma rebelião das "vítimas" (plantas de todos os géneros e espécies), culminando numa autêntica batalha campal da qual saem derrotados os malfeitores humanos.
Na segunda parte da obra, Pedro Foyos descreve como nasceu e cresceu o culto da árvore naquele período histórico, o estigma maçónico, os ódios que extravasaram, a guerra exortada pelos setores mais hostis ao novo regime e o fogo cruzado na Imprensa – de um lado os jornais ditos "conservadores", do outro os "republicanos". Desfilam de permeio algumas das figuras centrais da Primeira República que foram igualmente personalidades-chave do culto da árvore no tempo da "educação patriótica" e do "amor à terra, à paisagem portuguesa".
O «GRANDE JORNALZINHO» DA RUA DOS CALAFATES
Nasceu em rua com nome de ofício náutico, o dos Calafates, no Bairro Alto dos gaudérios da noite lisboeta e alfobre dos artistas impressores. Também dos gatos vadios que compareciam aos restos abandonados pelos becos alumiados a gás. Precisamente ainda gatinhava quando o escritor Bulhão Pato lhe deu o terno nome de «grande jornalzinho». Feliz expressão que inspirou o título deste novo livro de Pedro Foyos. Desta vez a viagem ao passado é singularmente extensa: 150 anos. Na atual era supermediática, da comunicação instantânea, das notícias transmitidas à velocidade da luz, pareceu ao autor aliciante tentar responder à pergunta: como se fazia o jornalismo diário há 150 anos?
A crónica de vida e de alma do Diário de Notícias nos primórdios da publicação está repleta de episódios fabulosos e de factos esquecidos ou que nunca chegaram ao conhecimento do público. Neste volume desfilam, entre inúmeros outros, o caso de uma sublime relação firmada com um escritor francês (Victor Hugo) e o Diário de Notícias, a propósito da abolição da pena de morte em Portugal, o de um quase corte de relações com o diretor do jornal por parte de um escritor português (Camilo Castelo Branco) devido a um crime passional que gerou romances, e o da espantosa destreza com que um jornal fideliza os leitores informando-os, com irrefutável honestidade, poderem saber tudo quanto acontece no País e no Mundo por metade do preço de uma fatia fina de sabão-de-macaco…