Aos amigos de perto e de longe. Aos antigos e mais recentes.
Aos que vemos dia a dia. Aos que esporadicamente encontramos.
Aos que nos contactam pela primeira vez.
A todos, muito obrigado pelos vossos comentários.

Encontrar-nos-emos, agora e sempre…
… NO SÍTIO DO COSTUME.


APRECIAMOS A INDICAÇÃO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL E QUE OS COMENTÁRIOS NÃO EXCEDAM MIL CARATERES.




«Encruzilhadas da Comunicação Social»
[Os autores reportam-se a um texto de Rui Beja, com o título supracitado, reproduzido no espaço “Convidados”]

Alexandre Fernandes Pastor
Tema de interesse e que muito apreciei ler. Infelizmente a censura discreta voltou - há muito - e está espalhada por todo o lado, até aqui na terra-mito Suécia. Editoras, jornais, rádio, televisão, sobretudo jornais diários onde é possível mentir sem que ninguém incomode o autor.

Edite Esteves
Gostei muito, como sempre quando se trata de prosas de Rui Beja. Obrigada ao Casal das Letras por mais este contributo.

Vasco M. Osório
O sensacionalismo jornalístico e o embuste noticioso são um negócio muito lucrativo porque, grotescamente, não falta gente disposta a pagar para ser enganada. O que parece estranho é ver este género de negócio a prosperar sem uma regulação ética. Se um merceeiro aldraba um cliente está sujeito a multa. Se um órgão de comunicação aldraba o leitor ou espectador com mentiras ou indecorosas distorções de factos, a isso chama-se… liberdade de Imprensa!




"Dicionário de Erros Frequentes da Língua"

[Os autores reportam-se ao livro com o título supracitado, de Manuel Monteiro, participante no nosso espaço "Convidados"].


Fernando Catarino
Agradeço-vos o alerta do "Livro dos erros" que faz muito mais pela nossa "pátria" do que o mal-amado Acordo!
Um abraço amigo, já se vê!

Manuel Dias
(…) Os problemas da língua portuguesa hoje são, evidentemente, outros. Ao nível, sobretudo, da sintaxe, da regência dos verbos, do empobrecimento lexical, da ignorância na pontuação, da confusão semântica em situações de uso comum. E há tantos exemplos de erros em que até as "autoridades" tropeçam, com isso fornecendo abonação aos gramáticos menos escrupulosos. Pela amostra dos "dez mais", receio que Manuel Monteiro (não censuro, porque não conheço) tenha ficado pelos típicos casos bizantinos. Isso é fácil, mas não muda nada, não chega a fazer comichão.

Nota: O autor deste comentário, jornalista veterano do "Diário de Notícias", tem sido em esforçado pelejador contra os tratos de polé infligidos à língua portuguesa. Todavia, fizemos-lhe notar que, em termos editoriais, afigura-se-nos compreensível que a diversidade de erros enunciados tenha uma atenção parcelar, como foi a opção de Manuel Monteiro. E só esta parcela consumiu, para já, 200 páginas… PF / MAS

Rui Franklin de Andrade
A vossa divulgação do livro deixou-me tão curioso que fui mesmo comprá-lo. Aprendi alguma coisa, não posso negar. Eu juraria que ninguém, ilustres académicos incluídos, poderá proclamar não ter em tempo algum cometido uma mão cheia dos pecadilhos que desfilam no volume. Por mim falo: evitarei usar, como tantas vezes fiz, a expressão «por portas e travessas» (quem quiser saber a razão, p.f. vá à página 152…). (…) Apreciei muito a pequena tareia dada ao António Lobo Antunes. O erro que o «notável escritor» comete amiúde já eu o tinha detetado. Será possível que a importante editora que lhe acolhe as obras não tenha um departamento de revisão?

Victor Moura
(…) Mais valorizado ficaria o livro se o autor, em próxima edição, incluísse um capítulo dedicado à maleita das expressões-muleta que se tornaram "virais", como é moda dizer agora. À cabeça, duas parasitas que nos massacram a toda a hora, a todo o minuto: o supérfluo «digamos» e o infindo «enfim». Sobretudo as televisões, nos programas de conversa e debate, habituaram-nos a esse chorrilho de «digamos» e de «enfins». A Sic Notícias, num interessante programa de confronto de ideias (transmitido nas noites de quinta-feira) integra um comentador que consegue a proeza de introduzir em cada frase um «digamos», acumulando um «enfim» a cada duas frases, o que revela, digamos, uma aflitiva hesitação sobre o que pretende afirmar, sendo também, enfim, um sintoma, digamos, de impotência, enfim, digamos, de natureza lexical, ou, digamos assim: de essência lexicológica, ou falta dela, enfim, se é que me faço entender. Por agora, digamos, é tudo. Té prà semana, enfim, se não for antes.





Na morte de Ana Hatherly
[Os autores reportam-se à evocação feita neste sítio em 5 de agosto de 2015, dia do falecimento da escritora e artista plástica Ana Hatherly]

Agostinho Jardim Gonçalves
Junto-me na saudade e na muita admiração que tributava à Ana de quem guardo momentos de muita sinceridade e de alto sentido místico-poético, que me abriram horizontes que nunca mais se encerraram.

Alexandre Pastor
Triste notícia, fim a que todos nós estamos "condenados". Mas surpreende-me que Ana estivesse convencida de que se morre mesmo. Então na sua longa vida não aprendeu nunca que uma coisa tão sublime como a invenção do espírito é o segredo sublime do ser humano? Com Torga, Olga Gonçalves e Ingmar Bergman, tive conversas sobre o tema. Espero que a Ana me ouça e goze em paz do seu novo estado. Leiam o primeiro livro de Brian Weiss, o psiquiatra nova-iorquino que cunhou o termo "dor psicossomática".

Constância Nery
Caros amigos: penso, por vezes, ver criaturas como essa, plenas de saber e de caráter, eternizadas nas gotas de orvalho, no canto das sabiás, nos ramos iluminados do sol. Elas fazem falta neste pequeno planeta tão sofrido.

Rosa Alice Branco
Gostei muito desta leitura / evocação. Também acho que os anjos não cuidam de nós. Mas se alguma asa se erguer que cuide dela sempre. Vai fazer-nos muita falta.


Virgínia Duarte

Uma lição importante

Há muitos anos, quando eu trabalhava num hospital,conheci uma menina chamada Liz, que sofria de uma doença rara e muito grave. A sua única hipótese de salvamento parecia ser uma transfusão de sangue do irmão mais novo, de cinco anos, que já tinha tido o mesmo problema e sobrevivido milagrosamente, desenvolvendo anticorpos necessários para a combater.
O médico explicou-lhe a situação da irmã e perguntou-lhe se ele estaria disponível para dar o seu sangue à irmã. Eu vi-o a hesitar por uns instantes, antes de respirar fundo e dizer: «sim, eu faço-o se isso a salvar.»
À medida que a transfusão ia correndo, ele mantinha-se deitado ao lado da irmã, sorrindo. Todos nós sorríamos, vendo a cor regressar à face da menina. Foi então que o menino começou a ficar pálido e o seu sorriso a desaparecer. Ele olhou para o médico e perguntou-lhe, com a voz a tremer: «Será que eu começo a morrer já?».
Sendo muito jovem, o menino não compreendeu o médico; pensou que teria que dar todo o seu sangue à irmã para a poder salvar.


Carlos Veiga Anjos
Membro do Conselho Geral
e de Supervisão da TAP

Rui Beja e a «traiçoeira» língua portuguesa…
[O autor reporta-se a uma crónica de Rui Beja na secção 'Convidados'.]

Muito bem escrito, pela excelência da análise e subtileza das conclusões. Parabéns ao Rui Beja pela brilhante reflexão, na certeza que todos nós conhecemos alguém a quem o "fato" se ajusta.


Norberto Sequeira
Revisor literário










Galopim de Carvalho: as palavras exatas

Homem da cidadania e da ciência, acima de tudo um homem de coragem, o Professor Galopim de Carvalho é neste sítio uma das presenças mais notáveis. Li com muito agrado uma extensa entrevista que Pedro Foyos lhe fez há tempos e agora recuperada. Precisamente também acabo de ler no Jornal de Letras um "Diário" da sua autoria que me impressionou pelo desassombro. Se estiverem de acordo, gostaria de partilhar com os vossos leitores um trecho dessa publicação, no qual está bem patente a coragem do autor, a coragem das palavras exatas:

« Vivemos tempos de indecoroso aviltamento, mercê de uma certa elite, entre políticos e grandes nomes do Direito e das Finanças que, numa promiscuidade interesseira, descarada e impune, nos está a conduzir, decidida e conscientemente, no caminho do empobre-cimento económico e também, estupidamente, no do definhamento científico e cultural. Tudo isto perante a passividade de um povo "imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio" (como escreveu o grande Guerra Junqueiro, há mais de um século), e sob a magistratura conivente de um Presidente da República que há muito deixou de ser o representante de todos os portugueses. Mantidos incultos, muitos deles analfabetos funcionais, alienados pelo futebol e pelos programas televisivos de entretenimento que nos impõem e nos entram pela casa dentro a toda a hora e, ainda, marcados por receios antigos, são muitos os portugueses que não ousam questionar um poder que os despreza e maltrata e muitos também os que, sem saberem porquê, lhe fazem respeitosa e submissa vénia».



Mário Barata Salgueiro
Jornalista















Cá vamos cantanding e rinding
Tenho andado preocupado com esta situação do BES/GES e as acusações dos lesados de que desconheciam o que estavam a comprar. Ora bem, estive a ouvir com toda a atenção Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Costa do BP , CMVM, etc., etc., e sinceramente fiquei esclarecido. Fiquei a saber que houve uma take over sobre a PT, o que provocou um dawnsizing na empresa e impediu o advanced freight. Sendo assim, o asset allocation baseado num appraial report, que é o allotment indicado, provocou um average price muito baixo, reduzindo os back to back ao mínimo. Ora, o bid price provocou um dumping e uma floating rate incomportável com o funding previsto pelos supervisores. Deixou, pois, de existir uma verdadeira hedge, o que levou ao levantamento de hard cash em grande quantidade. Se considerarmos que o ICVM, ao fim do período estava a deteriorar-se e os pay-out continuavam a baixar, a única solução seria o payabre to the bearer de eventuais incomes da empresa.
Voltando um pouco atrás, o pool entre BES e GES fez diminuir drasticamente o portfólio dos clientes, levando inevitavelmente a um revolving credit que abrangeu a maioria dos shareholders de ambas as empresas. Como é evidente, o pricecut da Rio Forte foi inevitável e a take over sobre a mesma também. O gross profit baixou significativamente, aumentando o grade period e o bank rate.
Só para terminar e em jeito de conclusão, creio que estamos perante uma grande quantidade de fillhosdaputing, que, utilizando a corrupting ao nível central e local, foram delapidanding os recursos do País e continuam em casa rinding da situação, deslocando-se de vez em quanding à Assembleia, fazer de parving os deputados e o poving em geral. Tenho dito.




Casal das Letras quarto aniversário


Na impossibilidade de reproduzirmos neste espaço a totalidade de centena e meia de mensagens de felicitações, permitimo-nos selecionar aquelas que contêm de algum modo uma formulação opinativa.


Edite Esteves
Obrigada e muitos parabéns, meu querido casal. Continuam a ser a alma impulsionadora deste projecto cultural de forte implantação. Bem hajam!

Fernando Catarino
Neste dia especial, o do quarto aniversário do Casal das Letras, quero fazer-vos chegar os meus votos de coragem para ambos e alegrar-me pelo vosso trabalho, primeiro como jornalistas, à antiga, e agora através dos novos suportes que difundem, aos quatro ventos, mas muitos fazendo-o com pouco de bom e muito de mau, a asneira é livre, às vezes a gente não aguenta!

Fernanda Altenfelder
Parabéns pelos quatro anos deste trabalho que realizam com tanta paixão. O texto dedicado ao Albano Matos é lindo! Devemos sempre enaltecer e demonstrar a ternura, o carinho e o amor para com aqueles que são realmente importantes para nós. Sem emoção a nossa vida não vale nada. Um abraço com toda a emoção!

Fidalgo Pedrosa
Parabéns ao amor e à tenacidade e (hoje) particularmente pelo prazer que me deram ao ler o texto da Maria Augusta sobre o Albano Matos. Que bom, que humano! Obrigado pela "temperatura elevada" das palavras.

Gaspar de Jesus
Excelente painel fotográfico do Armando Cardoso, celebrativo do aniversário. Tantos rostos de GENTE com valor acrescentado.

Graça Pires
Para felicitar o Casal das Letras pelo seu quarto aniversário socorro-me de uma ideia de Claudio Magris, no seu livro Alfabetos: «Há escritores que estimamos e admiramos e há escritores a quem sentimos necessidade de dizer "obrigado" porque as suas ideias deixam um sinal na nossa vida, abrem uma janela para uma nova realidade ou, mais ainda, para um mundo no qual nos reconhecemos, no qual descobrimos e reencontramos —  com maior clareza —  os nossos fantasmas, as nossas esperanças». É assim que sinto sempre que passo por este lugar solidário e livre. Bem hajam, Maria Augusta e Pedro Foyos.

José Alberto Braga
Quatro anos dedicados à nossa cultura. Sei que não tem sido um trabalho fácil mas, não tenham dúvida, de grande importância aqui, junto ao nosso meio [comunidade cultural portuguesa no Brasil]. Venham muitos mais anos!

José Luiz Fernandes
Um abraço de agradecimento ao Casal das Letras, há quatro anos trazendo memórias que nos apoiam o presente e nos dão a esperança de um futuro.

Lídia Jorge
Obrigada pelo vosso inestimável trabalho de concerto na vida. Obrigada por celebrarem os que deveriam estar connosco e já não estão mas deixaram a sua marca entre nós, como se estivessem. Grande abraço, façam muitos anos, vinte, trinta, mil.

Maria Fernanda Romba
Parabéns ao Casal das Letras, mas (perdoem-me...) hoje em especial à Maria Augusta Silva. Lindíssimo o texto de despedida do Albano Matos. Os meus sinceros parabéns por estes quatro anos de partilha de "letras".

Miguel Real
Fico muito feliz pelo quarto aniversário. O panorama das letras portuguesas não seria o mesmo sem o Casal das Letras. Pela minha parte, agradeço a divulgação e a sensibilidade com que me têm acolhido. Continuem!


Ana Hatherly
Escritora e artista plástica

Os anjos já não me sorriem
[Neste texto, a autora reporta-se à entrevista que nos concedeu há anos e se encontra reproduzida integralmente no espaço "Grandes Entrevistas"]

Fiquei feliz por ver essa entrevista por vossas mãos ressuscitada. Obrigada.
Lida agora, não sinto necessidade de alterar nada. Tudo o que eu disse então estava – e de certo modo continua a estar – certo nessa época. Mas o meu tempo agora é outro: «Os anjos já não me sorriem», disse-o algures. (Mas os anjos também mudaram…).
Não desdigo o que disse outrora mas não posso dizer senão o que é o meu agora, que me leva cada vez para mais longe de tudo – para mais longe… longe… Para o silêncio… Mas não esqueço nada do que vivi.


Manuel S. Gustavo
Enfermeiro (reformado)






Aquilino Ribeiro e a literatura infanto-juvenil
[O autor reporta-se a uma entrevista de Pedro Foyos a Aquilino Ribeiro, recuperada para o espaço de Maria Augusta Silva, secção "Grandes Entrevistas"].

[… Não menos lamentável é] a literatura infanto-juvenil que está a publicar-se em Portugal e o facto de há décadas não se reeditarem as obras deslumbrantes, nesse domínio, de Mestre Aquilino. Lembro-me que os meus dois filhos (adultos há muito tempo) não se cansavam de ouvir, e mais tarde de ler, os contos maravilhosos da Arca de Noé, como a «história do macaco trocista e do elefante que não era para graças» e outra que tinha como protagonistas um grilo e uma cigarra.
Obra superior no género é o Romance da Raposa. A «senhora raposa» passava o tempo todo a fazer promessas manhosas. De tantas vezes a ter citado, recordo esta:
«Eu vos juro, Pai dos Bichos,
Não fazer mal a ninguém.
Laparoto desgarrado
Levo-o pra casa da mãe!»

… E o "laparoto" (coelho pequenino), confiante, saia do esconderijo e logo acabava a vida na barriga da raposa. Estas histórias tinham sempre um sentido didático. No caso, os jovens leitores eram prevenidos de que as palavras muito doces e aparentando enorme bondade podem dissimular os mais funestos desígnios.




O GRANDE JORNALZINHO DA RUA DOS CALAFATES

[Os autores reportam-se ao livro com o título supracitado, da autoria de Pedro Foyos, com a colaboração especial de
Maria Augusta Silva, do qual foi feita neste sítio uma
pré-publicação selecionada].



Magnífico e tão necessário relato para a nossa memória colectiva.
Edite Esteves
Jornalista e escritora



Obra deliciosa e didáctica.
Ernesto Rodrigues
Escritor. Professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa




O Diário de Notícias merecia uma coisa assim.
Ganham os leitores e ganha a História do Jornalismo português.

João Figueira
Jornalista



Uma ampla visão da vida de um Jornal e do Jornalismo.
Leonel Gonçalves
Documentalista. Diretor do Centro de Documentação e Informação
do «Diário de Notícias», de 1969 a 2009




Uma pérola da escrita e da investigação historiográfica.
Rui Beja
Presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, de 2008 a 2009,      e do Círculo de Leitores, de 1992 a 2001.


Norberto Sequeira
Revisor literário

Poeta António Osório
Que felicidade reencontrar o poeta António Osório. Estive ausente do mundo nos últimos tempos e só agora tomei conhecimento da louvável homenagem que o Casal das Letras lhe prestou. Tive o privilégio de conversar algumas vezes com António Osório, cuja obra poética se filia numa humanidade imensa. Impressionou-me não só o talento mas também o carácter que, aliás, transparece em todos os seus livros. Peço licença para fazer minhas as palavras que na ocasião a Lídia Jorge vos enviou: «Não há nada de tão bonito quanto o António Osório».


Tiago Nunes
Psicólogo

Professor João Alfredo Lobo Antunes
Valeu a pena seguir o conselho de um velho amigo que me fez chegar aqui com uma referência: Professor João Alfredo Lobo Antunes, alguém se lembrou do nosso velho mestre e convidou os filhos a recordarem o pai. Fui ver e fiquei emocionado. Uma homenagem muito bonita. Tive oportunidade de por duas vezes conversar com ele, pois o meu irmão era seu discípulo. Era um homem extraordinariamente sábio e ao mesmo tempo simples, sem a mínima altivez, qualidades que não foram transmitidas a um dos seus enfatuados filhos, o António. Sendo verdade o que foi dito na vossa introdução, que ele não quis associar-se à homenagem, acho deplorável e vergonhoso. Tenho vergonha por ele, já que parece ele não ter vergonha de si próprio. E cumprimento efusivamente os outros quatro filhos que dedicaram ao Pai os depoimentos belíssimos que acabo de ler..


Paula Figueira
Estudante universitária

Almada Negreiros
Quero transmitir-vos os meus agradecimentos pelo enorme apoio que um dos vossos artigos jornalísticos me deu, no âmbito de um trabalho académico de fim de curso. Refiro-me a Almada Negreiros. Há imensa coisa na internet sobre Almada, mas nada comunica tão eloquentemente a imagem do homem e do artista como o faz a vossa reportagem pelos sítios por onde ele andou e recolhendo impressionantes testemunhos de gente muito humilde que o conheceu. Até o seu barbeiro foram ouvir! E do princípio ao fim partilhamos a arte de comunicar deste homem «que foi sempre futuro», do desenho ao manifesto, da escrita à pintura, do teatro à dança. E permiti-me recuperar para título do meu trabalho uma frase que define Almada em dez palavras: «Assim, inteiro; sem adjetivos, só de uma peça. Um homem!» (…claro, citei a fonte, querido Casal das Letras).


Tibério Cid
Artista gráfico

José Antunes, o repórter esquecido
[O autor reporta-se a uma crónica de Baptista-Bastos no espaço "Convidados"]

Muito justa homenagem a um dos mais talentosos fotógrafos que conheci. O talento é um valor perene, diria mesmo imortal, porque teima em sobreviver à própria morte do criador. Tive com José Antunes uma gratificante relação profissional a propósito de um folheto para a Câmara Municipal. Duas das suas soberbas fotografias de Lisboa integravam essa publicação. Pela minha parte procurei valorizá-las tecnicamente o mais possível. O João Soares, que na ocasião era o presidente da Câmara, ficou impressionado com a qualidade e oportunidade das imagens, sendo o primeiro a advertir que aquele trabalho teria de ser condignamente pago. Aí surgiu um problema: o José Antunes vivia exclusivamente do ordenado que lhe era pago pelo Diário Popular e confessou nunca ter na vida vendido uma fotografia. O conceito de passar recibo pela venda de fotografias era-lhe completamente desconhecido. Claro que o problema viria a resolver-se, com expedita informalidade, se é que me faço entender.


Galopim de Carvalho
Professor catedrático jubilado

Uma quadra para a campanha eleitoral
País de gente submissa
Que resiste sem dar luta.
Come o pão, deixa a linguiça
Na mesa dos filhos da puta.


Norberto Sequeira
Revisor literário


Na morte de Gabriel García Márquez
Hábito antigo, passo a vida a assinalar a lápis fragmentos dos livros que vou lendo. De Gabriel García Márquez possuo uma boa dezena de frases "de coleção". Partilho convosco uma delas. Só um homem velho e sábio a poderia escrever. Ei-la:
«A sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada».




Homenagem ao poeta António Osório
[Os autores reportam-se ao espaço que dedicámos a António Osório, nosso Convidado durante março de 2014]

Alexandre Fernandes Pastor
Muitíssimo obrigado pela informação. Conheci António Osório como garoto e aluno do Liceu Passos Manuel. Morámos ambos a dois passos desse Liceu... Bons, terríveis tempos. Forte e grato abraço ao Casal das Letras.

Filipe Sarmento
Interessante a evocação do Professor Barahona Fernandes a propósito da poesia de António Osório. Duas grandes figuras do Portugal erudito, uma na área da Medicina, outra na grande Poesia. Inesperadamente ficamos a saber que a Psiquiatria e a Poesia podem relacionar-se.

Lídia Jorge
Não tenho nada de tão bonito quanto o António Osório.

Teresa Vieira
Como escritora e jurista e como natural deste Portugal congratulo-me com a poesia de António Osório e com a dinâmica do Casal das Letras. Parabéns!



Luís Martins de Almeida
Professor

«Fala o Rocha, o Salazar está à brocha!»
[O autor reporta-se a um texto de Maria do Rosário Pedreira, no espaço dos nossos Convidados, sobre a nova era dos jornalistas que são também escritores]

Apreciei sobremaneira o artigo [de Maria do Rosário Pedreira] porque sou descendente de Rocha Martins, porventura o primeiro grande jornalista português que era ao mesmo tempo um grande escritor. Assumindo-se sempre como jornalista profissional, Rocha Martins publicou, durante cerca de meio século, uma centena de livros. Impressionante! Mas o bem-querido do povo era sobretudo o jornalista que afrontava corajosamente a Ditadura. Naquele tempo, toda a primeira página de um jornal lhe pertencia. Um título e um texto vibrante, mais não era preciso para o periódico se esgotar num ápice. Ficou na história o pregão dos ardinas ecoando nas ruas de Lisboa: «Fala o Rocha, o Salazar está à brocha!».


Fernando Catarino
Biólogo, catedrático jubilado da Fac. Ciências
da Universidade de Lisboa

Politeama, Lima de Freitas, Mário Botas…
[O autor reporta-se a textos de Maria Augusta Silva publicados recentemente na secção "Arte Plural"].

Um obrigado especial por três belos textos: o do Politeama, o do Lima de Freitas e o do Mário Botas.
As escolas de artes performativas, pintura e jornalismo não deviam deixar sair para a "arena da vida" nem um só estagiário que não tivesse lido e interiorizado tais matérias, assim tão bem explicadas.
Para as pessoas da minha idade, é bom reviver eventos e artistas que deram vida, por várias décadas, a essa nossa "broadwayzinha" ou a criativos como Lima de Freitas, coerente consigo mesmo e sem medo de sujar as mãos e o nome, indo e experimentando, por aí fora; para não dizer senão saudade da obra, personalidade e da tão curta vida do Mário Botas.


Gil Montalverne
Jornalista e divulgador científico

«Secos e Molhados»pelo repórter Alberto Peixoto
[O autor reporta-se a fotografias realizadas há 25 anos pelo repórter Alberto Peixoto, na Praça do Comércio, em Lisboa, no episódio de polícias contra polícias e que ficou conhecido por "Secos e Molhados"]

Mesmo a propósito da manifestação de hoje frente à Assembleia da República. Só que desta vez não houve "molhados"… De um lado e do outro estão todos de acordo. Já nada pode ser como dantes ou, melhor, o que está a acontecer não pode continuar. A prova está à vista. O que irá acontecer daqui em diante?


Alexandre Pastor
 

Centenário de Vinícius de Moraes
[O leitor reporta-se a uma crónica de Maria Augusta Silva na secção "Letra a Letra"]

Poetas como o Vinícius são tão excecionais que até conseguem fazer chegar as lágrimas aos olhos de gente tão insensível como são os suecos (nórdicos em geral…). Ontem expulsaram do país uma mãe (doente) e com quatro filhos para criar! Este país é o que maior número de críticas recebe da ONU por violação dos direitos humanos. Vinícius, nos cursos da Faculdade, era lido e relido, mas de tanto aluno que tive só os suecos com costela estrangeira (pai ou mãe) é que se sensibilizavam a ponto de lhes chegar lágrimas aos olhos.


Gonçalo Salvado
Pintor e poeta

Principezinho Septuagenário
[O autor reporta-se a uma crónica de Maria Augusta Silva publicada no espaço "Registos"]

Devo a Antoine de Saint-Exupéry grande parte da minha formação. A sua prosa lida em muita tenra idade moldou a minha sensibilidade e visão do mundo.
Jamais me esquecerei da emoção que senti ao ler Terra dos Homens ou Um sentido para a Vida — ambos, e se não estou em erro, traduzidos para bom português pelo Ruy Belo. Curiosamente, O Principezinho só o li depois... E como me encantou!

P.S — E a Rosa? Quantos anos faz a Rosa do Principezinho?


Alfredo Mendes
Jornalista

Jornalismo e Jornalistas
Sinto-me honrado por, durante anos e anos a fio, haver trabalhado com este Casal das Letras. Profissionais íntegros, brilhantes, amáveis quanto joviais, dados ao companheirismo e partilha.
Bonitos, apaixonados tempos aqueles de um Jornalismo limpo e edificante, encarado como fosse um imperativo ético. Escorraçado do papel impresso através do mais sabujo dos enxovalhos — o epitáfio de uma carreira — e profundamente atormentado com os sinuosos, lamacentos caminhos da Imprensa, encontro nesta janela de variadas sabenças o ar da decência, a brisa do deslumbre de que os pulmões da alma tanto precisam. As minhas felicitações.


Maria da Graça Fialho
Bióloga, professora da FCUL (ap.)

Na morte da bióloga Alexandra Escudeiro
[A autora reporta-se a uma evocação de Pedro Foyos no dia da morte de Alexandra Escudeiro] ]

Foi com grande emoção que recebi a notícia.
A Alexandra foi minha aluna na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sempre gostei muito dela e com ela fui mantendo contacto regular ao longo dos anos.
Desde sempre o seu sorriso e entusiasmo contagiantes, a sua voz e toda a sua pessoa, dificilmente poderiam deixar alguém indiferente. O Jardim Botânico, todos nós, perdemos de facto uma Amiga!
Mas fica seguramente na nossa memória, no nosso coração!





Luís de Sttau Monteiro
[Os autores reportam-se a um texto evocativo de Maria Augusta Silva publicado na secção "Registos"]

Manuel Dias
Obrigado pela belíssima evocação, que acabo de ler na Croácia, onde estou a fazer mais um conjunto de provas daquele meu desporto favorito — a Orientação.
Que belas respostas que o Luís de Sttau Monteiro deu ao jornalista Mário Ventura. Acabam por ser duas evocações.

Rui Beja
Mais um excelente texto que nos legam, de homenagem a uma grande figura da nossa cultura e defensor extremo da liberdade democrática. Não tenho dúvidas que não erro ao dizer que nós, os vossos amigos, encaramos com naturalidade a missão, que tão intensamente abraçaram, de manterem vivos os exemplos do passado que deveriam constituir modelo para quantos, nos dias de hoje, têm especiais responsabilidades na condução dos nossos destinos e o dever de não atraiçoar a memória dos que tanto deram para termos um país mais livre, mais solidário e culturalmente mais preparado.
É recorrente afirmar-se que país que não tem memória do passado não tem perspectivas para o futuro, e o vosso contributo para que a nossa memória colectiva não se apague é notável e amplamente reconhecido. Por isso, e porque nos dias que vivemos esta luta pelo conhecimento é a arma mais forte que se pode utilizar contra a avalanche tecnocrática e neoliberal que nos (des)governa, um grande obrigado pela vossa perseverança esclarecida.
Mas o vosso texto trouxe-me mais. Avivou-me a memória das inesquecíveis redacções da Guidinha, exemplo único de exercício literário que, com mestria inigualável, nos transmitia conceitos de grande alcance sociocultural imperceptíveis para a pequenez mental dos censores do regime, que "deixavam passar" mensagens profundas… contidas numa simples redacção de menina irreverente que não sabia pontuar os textos. E fez-me recordar, com um misto de nostalgia e satisfação, as prolongadas tertúlias que semanalmente, ao longo do ano de 1987, se seguiam à prova gourmet das cerca de 150 receitas cozinhadas para ilustrar os livros da série A Cozinha Regional Portuguesa, de Maria Odette Cortes Valente; à mesa, para além da autora e de elementos da direcção do Círculo de Leitores, nomeadamente os editores Manuel Dias de Carvalho e António Mega Ferreira, juntava-se um animado grupo de jornalistas e escritores no qual nunca faltava o "…acutilante contador de histórias até mais não, fumador inveterado, amante de comes e bebes, do mesmo modo mestre na arte culinária…", Luís de Sttau Monteiro.




Morte de Guilherme de Melo

José Mouquinho
Recordo com saudade os anos de 66/68 em que Guilherme de Melo trabalhava no Notícias da Beira e eu na Clássica da Beira como gráfico. Não imaginando que o viria a reencontrar mais tarde no Diário de Notícias, ainda em 68, quando entrei para o ‘nosso’ jornal, saindo em 2002. Como diz Vinicius de Moraes: A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida.
Tinha pouca intimidade com ele, pois além das secções serem diferentes (ele como redator, eu como fotocompositor), também eu era e sou um pouco tímido. Mas deu para ver que era um bom homem, cheio de formação, simples, simpático, nada pedante nem convencido, e grande intelectual. A vossa homenagem é merecida e a ela me associo de bom grado.

José Viale-Moutinho
Só pela vossa crónica soube da morte do Guilherme de Melo. Um grande repórter, um escritor de muito merecimento. Conheci-o através de um romance saído na Arcádia Raízes do Ódio. Pessoalmente, no Diário de Noticias. Sempre foi um bom camarada, de uma retidão exemplar. Na conversa, de uma verrina não menos exemplar (geralmente carregado de razão). Deixa obra, deixa uma alargada sombra dos seus dias.


Yvette Centeno
Poeta, ficcionista
docente na Universidade Nova de Lisboa

Daniel Serrão
[A autora reporta-se a um texto do Prof. Daniel Serrão no espaço ‘Convidados’]

Foi um privilégio ter conhecido o Prof. Daniel Serrão. Mais uma vez confirmei a opinião que tinha acerca de uma classe de profissionais que se distingue por um amor à cultura e à arte, raro entre nós.
Temos vários amigos médicos que, desde a nossa juventude, em Coimbra, depois em Lisboa como agora, se distinguiram pelo seu saber de vocação específica, mas em simultâneo marcaram outras áreas de vocação e criação artística, na música, na história de arte, da medicina e não só.
Não citarei nomes, mas na pessoa do Prof. Daniel Serrão cumprimento e felicito esses exemplos notáveis.





FOTOTECA DOS ALIADOS

[O acesso ao espaço de arte e de reportagem fotográfica pode fazer-se a partir da página inicial deste sítio]

Fidalgo Pedrosa
Este "sitio" é administrado por um casal unido pelo amor e pela cultura, Pedo Foyos e Maria Augusta Silva. Pedro Foyos, jornalista e escritor, tem tido, ao longo das últimas décadas, uma enorme importância na "fotografia nacional", quer em termos editoriais, quer como presidente da APAF e ainda como fotógrafo (leiam, sff, o texto na área Arte da Fototeca dos Aliados e perceberão porquê).
A "utilidade cultural" das suas palavras e análise antológica sobre as "diferentes fases da fotografia" do nosso país, nesta iniciativa da Fototeca dos Aliados, representam um enorme interesse para todos os que acompanham e fazem fotografia em Portugal.
Na minha qualidade de fotógrafo amador quero agradecer o empenho e entusiasmo em tudo o que Pedro Foyos faz "à volta" e com a fotografia e se me fosse permitido tal representação, ou se houvesse tal "chapéu" de responsabilidade nacional, agradecer-lhe-ia também em nome da "Fotografia Nacional" tudo o que tem feito e vai fazer pela Arte Fotográfica em Portugal.

Gil Montalverne
A Maria Augusta e o Pedro Foyos conseguem mais uma vez colocar neste seu espaço virtual algo de deslumbrante, magnífico e inédito que certamente ficará para a história da cultura nas novas tecnologias. Não existe nada que se compare na presença de Portugal nesta rede global que possa dignificar em tão elevado grau os grandes nomes da nossa literatura, do jornalismo, da ciência e, a partir desta nova iniciativa, da arte fotográfica, tudo enfim o que de mais significativo poderá demonstrar para sempre o quanto existe de valor no nosso país durante estas últimas décadas. Por isso é nosso dever agradecer o vosso trabalho e o vosso talento. O Casal das Letras é um exemplo de como se pode e deve conservar o melhor da nossa cultura no universo criado pela Net. Bem hajam!





Casal das Letras distinguido com prémio da SPA

As numerosíssimas missivas de congratulações recebidas nos últimos dias, após o anúncio do Prémio atribuído a este Casal das Letras pela Sociedade Portuguesa de Autores, tornam impraticável a transcrição das mesmas. Teremos de nos confinar aos nomes dos subscritores cujas mensagens generosas sensibilizaram imensamente os autores deste sítio de encontro e de partilha. A todos reafirmamos a nossa profunda gratidão.

 MARIA AUGUSTA SILVA / PEDRO FOYOS / ARMANDO CARDOSO



AGOSTINHO JARDIM GONÇALVES | ALBANO MARTINS | ANA MARQUES GASTÃO | ANDRÉ LETRIA | ANNABELA RITA | ARTUR PORTELA | AUGUSTO FERREIRA | CARLA BAPTISTA | CRISTINA NORTON | DANIEL SERRÃO | EMERENCIANO RODRIGUES | Equipa AS ARTES ENTRE AS LETRAS | FARIA ARTUR | FÁTIMA MARINHO | FELICIANA FERREIRA | FERNANDO CORREIA | FERNANDO PIRES | FIDALGO PEDROSA | FILOMENA CORREIA | FRANCISCO DIAS BRITO | GIL MONTALVERNE | GRAÇA FIALHO | GRAÇA PIRES | HELENA MENDONÇA | HENRIQUE ANTUNES FERREIRA | HENRIQUE MARQUES | JOÃO MENÉRES | JORGE PINHEIRO | JORGE RODRIGUES DA SILVA | JOSÉ MARIA RIBEIRINHO | JOSÉ LEITE PEREIRA | JOSÉ PRATAS VITAL | JOSÉ VIALE MOUTINHO | LEONOR FIGUEIREDO | LEONOR NUNES | LÍDIA JORGE | LUCIMAR FERREIRA | LUÍS ALELUIA | MANUEL DIAS | MANUELA GONZAGA | MARIA DO SAMEIRO BARROSO | MARIA HELENA MARCÃO | MARIA MANUELA SANTOS | MIGUEL REAL| MIGUEL SANTOS | MURILLO LOPES | NATALINA PORTO | NATÉRCIA FRAGA | NUNO DUARTE | NUNO LOPES | PAULO D’ALMEIDA | PAULO SAMUEL | PEDRO ALMEIDA VIEIRA | PEDRO SOARES | RUI BEJA | SANTOS FERREIRA |SINDICATO DOS JORNALISTAS | SOLANGE PINHAL | TEOLINDA GERSÃO | VICTOR OLIVEIRA MATEUS | YVETTE CENTENO.


Manuel Freire
Músico e antigo presidente da SPA

Luciana Picchio
[O autor reporta-se a uma crónica de Maria Augusta Silva publicada na secção "Letra a Letra"]

Era uma Senhora encantadora! Tive a oportunidade de a conhecer razoavelmente e ficámos muito amigos. Não se armava nada em erudita e tinha um belo sentido de humor.
Senti muito a perda dela e realmente Portugal ignora o que ela fez pela Cultura portuguesa.
Mas pensando bem, o que sabe Portugal?!...


Norberto Sequeira
Revisor literário












Centenário do jornalista Raul Rego
Guardo a melhor memória de Raul Rego, da sua integridade, impressionante coragem, probidade intelectual e combate incessante pela liberdade de expressão. Fui um dos muitos milhares que naquele dia estiveram na Rua da Misericórdia a gritar pelo seu nome. O retrato que dele faz o Pedro Foyos não podia ser mais perfeito. Nunca cheguei a falar com ele mas a ideia que conservo é a de um gigante num corpo tão franzino.
Apercebi-me que a comemoração do centenário se revestiu de apreciável ressonância. Além da vossa homenagem, tão completa, incluindo uma dolorosa revisitação ao alucinante Verão Quente de 1975, realizou-se a emissão comemorativa de um selo de correio, uma exposição evocativa na Biblioteca Nacional, algumas meritórias iniciativas da Biblioteca Museu República e Resistência, uma conferência / exposição no Museu Maçónico Português e outra mostra bibliográfica na Hemeroteca Municipal de Lisboa. Estranhei que a Casa da Imprensa não tivesse homenageado um seu antigo presidente, para mais tratando-se do único jornalista português distinguido internacionalmente com a Pena de Ouro da Liberdade. Também notei que a generalidade da comunicação social fez diminutas referências à efeméride.
Mereceria muito mais quem passou a vida a lutar pela liberdade e sofreu por isso a prisão, o silenciamento e… vejam só! — ele nem era comunista! Mas não surpreende. O silenciamento atual condiz com o sombrio tempo que vivemos. E porventura o Verão Quente não arrefeceu por completo em certas mentes ideológicas…
Ao Raul Rego não faltaria hoje abundantíssima matéria inspiradora para os seus inesquecíveis editoriais e livros!



Edite Esteves
Jornalista e editora
da revista "Autores"
da Sociedade Port. Autores




















Augusto Cabrita
A autora reporta-se a uma crónica de Pedro Foyos publicada neste sítio, espaço Bloco Aberto / Histórico.

Augusto Cabrita era mesmo assim, como narra na perfeição o nosso amigo Pedro Foyos. Parece-me que estou a vê-lo com a sua inseparável "menina" nas mãos ávidas de imagens, muitas delas que só ele conseguia ver. Num relance, apanhava a cena, cor, textura e som incluídos no tal "silêncio" que buscava ao concentrar-se no objetivo, para depois "varrer" os horizontes… Tive o privilégio de trabalhar com este mestre em reportagem televisiva, onde a história tinha de ser resumida no máximo a dez minutos. Um portento! Discutia-se em equipa o leitmotiv e, alcançada a meta, bem depressa graças a ele, Augusto Cabrita — era certo e sabido — distanciava-se de nós e deambulava de olhos semicerrados, sozinho, pelas redondezas da cena a gravar. Era o silêncio que ouvíamos.
Estava a parir, costumava dizer, com a maior naturalidade. Mas, mal a ação começava, aí estava o mestre, o sensível gigante da imagem, num frenesim incontido. Fiz o seu epitáfio para o jornal A Capital e sabem o título que lhe dei? O realizador que filmava a cantar. Pois era: mesmo que as imagens não tivessem qualquer som musical a acompanhá-las, Augusto Cabrita tinha por hábito — melómano como era e pianista — escolher, desde logo, uma versão de um clássico que mais se coadunasse com o ritmo que dava sempre a qualquer gravação, por mais simples que fosse. E cantava baixinho, cantava, enquanto ondulava a máquina, contando para si mesmo os compassos dos movimentos dos seus personagens. Pedia mesmo que o amparássemos no percurso, de forma gentil, não fosse o take sofrer alterações indesejáveis. Raramente era preciso repetir. A sua cuidada preparação, em silêncio, e de seguida a filmagem ao som da música que entoava baixinho faziam daqueles preciosos momentos uma pauta imagética de rara singularidade.
Saudades profundas deste grande mestre, com quem aprendi muitos segredos da eficácia, do ângulo de abordagem e da sensibilidade do olhar, matérias-primas com que se constroem os planos mais límpidos, criativos e originais de uma obra. Obrigada pela partilha. É sempre uma emoção voltarmos o coração para as memórias. Principalmente aquelas que nos tocam de forma tão especial e nos fazem reviver o passado com o sentir do presente e o sonho de um futuro mais perfeito.




Casal das Letras Segundo Aniversário

NOTA: Por motivo do considerável número de missivas recebidas e da extensão de algumas delas permitimo-nos selecionar os trechos que em nosso entender poderão resumir de forma mais significativa cada mensagem na sua globalidade. A todos os autores reafirmamos a profunda gratidão pela amizade, confiança e generosidade dos comentários. MAS / PF


Albano Martins
Neste segundo aniversário (que é vosso, mas também nosso), aqui ficam, além dos abraços, os sinceríssimos desejos de que possamos em anos vindouros — muitos e bons — assistir a esta celebração festiva de um diálogo tão rico, tão fecundo, como é o vosso. Muitos parabéns, muitas felicitações acompanhadas de beijinhos e abraços.

Bernardete Ribeiro
Neste momento, em que tudo está em causa, em que é preciso e urgente reinventar o Amor, a Liberdade e a Solidariedade, colocarmo-nos no lugar do outro, ser disponível, ver para além do olhar… enfim, sonhar… O "Casal de Letras", tão especial, sempre a fazer-nos pensar que são as pequenas coisas que pensadas em conjunto se transformam em ideias e ideias que moldem nestes dias tão cinzentos apesar da primavera (a do calendário) já ter sido anunciada. Mas faltam os pássaros, que as flores amarelas despontem o barulho do vento e os outros para que a transformação em cada um de nós aconteça. Vocês contribuem exemplarmente para isso

Edite Esteves
Parabéns ao grande Casal das Letras por esta iniciativa de divulgação e promoção da palavra e da arte em geral. E, naturalmente, o meu muito obrigada pelo convite que me fizeram e aquilo que produziram a meu respeito. Grata por me incluírem em tão frutuosa plêiade de autores. Bem hajam!

Faria Artur
Primeiro que tudo: muitos parabéns.
A seguir: saúde para o Casal das Letras continuar por muitos e bons anos a divulgar os autores.
Finalmente: um grande obrigado.

Fátima Marinho
Que sejam muitos os dias de celebração, justos e maduros como este. Ergo o meu brinde em vossa honra. Que Deus, a sua sombra, ou qualquer outro encantamento, caso Deus não exista, vos faça viver e prosperar na nossa muito amada pátria — a língua portuguesa. Do silêncio a que o cansaço obriga, envio um abraço fundo, como o silêncio fundo!

Fernando Catarino
Este Casal funciona como as flores atraindo abelhas que não se vão embora de mãos a abanar, mas sempre enriquecidas com coisas novas, belos presentes, sem papéis nem fitas.
Sobre o vosso [convidado] Guilherme d’Oliveira Martins: passei a conhecê-lo melhor desde que a Helena Vaz da Silva nos deixou. Agora leio-o sempre que posso. Nos cargos que tem tido, sempre o vi comportar-se como um não político e com um estilo direto e desenfatuado, até com humor. Quem nos dera pudesse ele contagiar os passarões seus pares nos cargos mais ou menos importantes da política. As palavras que vos dedica são lapidares e justas.

Fidalgo Pedrosa
Parabéns pelo amor, cuidado e ternura à cultura e à arte.
Vocês enchem-nos o coração de sensibilidade e por isso dizemos que a arte é igual ao amor... pois em ambos damos o melhor de nós e expomo-nos sem receios.

Graça Pires
Bem hajam por este vosso espaço tão fraterno, tão solidário, que nos dá um sinal de esperança nestes tempos sombrios. Sei que esta partilha resulta do vosso imenso respeito e amor pelos outros, incentivando-nos a acreditar num futuro melhor.

Hermínia Nadais
Obrigada por tanto carinho! As maiores felicidades para toda esta gente maravilhosa que tão bem enriquece a nossa literatura!

José Luiz Fernandes
Um abraço de parabéns pelo segundo aniversário desta admirável iniciativa que contribui para a preservação da memória do Jornalismo, penitenciando-me por não vos ter dado até agora a colaboração que desejaria ter dado.

José Manuel S. de Melo Fernandes
Felicito pelo aniversário e faço votos para que continuem por muitos anos. Felicito-vos, também, pelo vosso trabalho, pela qualidade e pela leitura que nos disponibilizam (em bom português).

Leonel Gonçalves
Os meus parabéns e votos de longa vida e muito sucesso. Desejo apresentar-vos o meu agradecimento pelo prazer de ler e reler belos textos e meditar sobre tão valiosas ideias.

Leonor Xavier
Muitos muitos parabéns com a minha admiração total.
Obrigada por sabermos uns dos outros por vocês, haja ânimo para continuar.

Miguel Real
Queridos Amigos: continuem, por favor. As vossas mensagens são um bálsamo. Um grande abraço.

Murillo Lopes
[O autor reporta-se às declarações de Guilherme d’Oliveira Martins e José Jorge Letria]
Nunca tão poucos projetaram ideias tão acertadas numa sociedade em que quase tudo é posto errado pelos medíocres e pobres de espírito, sem sensibilidade social!

Nassalete Miranda ("As Artes entre as Letras")
Também nos associamos à feliz data! Parabéns e muitos anos entre todos os que nas Letras nos encontramos em cumplicidade e alguma felicidade. Cumprimentos muito cordiais a apagar velas futuras!

Pde. Agostinho Jardim Gonçalves
Uma palavra de parabéns e reconhecimento pela riqueza da vossa partilha. De quem muito recebe e pouco ou nada tem dado.

Rui Beja
Junto o meu enorme obrigado pela consideração amiga com que me têm brindado, à qual acresce a deferência de me terem incluído, em tão excelente companhia, no mural fotográfico comemorativo do vosso segundo aniversário.


Yvette Centeno
[A autora reporta-se às declarações de Guilherme d’Oliveira Martins e José Jorge Letria]
Gostei imenso de ler.
Mas quem nos salva desta tão grande tempestade?
Abraço fiel.


José Viale Moutinho
Jornalista e escritor

Antunes da Silva
[ O autor reporta-se a uma crónica de Pedro Foyos com o título "A busca impossível de um sinónimo para Liberdade" colocada na secção "Do Ofício" ]

Grata memória do grande Antunes da Silva, primeiro pelo romance Suão nos livros de bolso da editora Portugália e depois pelos contos de O Amigo das Tempestades. Foram dois livros marcantes da minha juventude e da minha admiração pelo Alentejo. Obrigado pela lembrança. Vocês têm excelentes memórias!




Prof. Fernando Catarino: a nossa homenagem

António Marcos Galopim de Carvalho
Há dias em que o dia começa bem. Quando esta madrugada do dia 9 de Novembro de 2012, ainda de noite, ao abrir o e-mail que os nossos amigos Maria Augusta Silva e Pedro Foyos, do "Casal das Letras", me enviaram, tive o prazer de ler os parabéns que dirigiram ao Professor Fernando Mangas Catarino pelo seu aniversário. Pode ler-se nesta edição do prestigiado sítio: «Nunca em Portugal terá sido prestada a um catedrático tão expressiva homenagem pública de aniversário. A celebração dos 80 anos de Fernando Catarino, superlativa referência académica do País, consegue exceder em participação o acontecimento inolvidável que foi há uma década a última aula (ao ar livre) deste grande comunicador científico e que decorreu no Jardim Botânico da Universidade de Lisboa – o seu palco natural durante meio século».
Da homenagem que neste dia feliz se presta a este que foi meu par na direção do Museu Nacional de História Natural, apraz-me destacar o «mais impressionante mar de abraços (um deles é o meu), procedentes de Portugal inteiro e também do estrangeiro, que acaba de receber, numa manifestação que fará história na internet».
Emocionado por esta leitura, não pude deixar de recordar 60 anos de convívio profissional e de companheirismo nas lides sem conta pela vulgarização do conhecimento científico que protagonizámos neste Portugal, cujos políticos não merecem o povo que somos.

Cristina Girão Vieira
"O Professor Mangas Catarino
Mais a sua distração
Com o casaco do avesso
Foi-nos dar uma lição
"


Isto aconteceu mesmo quando era sua aluna! Feliz aniversário! Foi uma honra ter sido aluna do Professor Catarino.

Emerenciano
Embora não conheça pessoalmente o Professor Fernando Catarino, algumas vezes o vi intervindo através da televisão. Não quis deixar de vos escrever, para dizer que muito aprecio as homenagens realizadas honrando aqueles que entre nós se distinguem, os poucos que salvam, ou poderiam salvar o mundo. E, por conseguinte, ao Professor Fernando Catarino desejo as maiores felicidades..

Gil Montalverne
Extraordinário o que acabam de conseguir. Nem posso imaginar o trabalho que desenvolveram para chegar a esta sublime homenagem ao nosso grande amigo e professor. Quase todos os anos, eu enviava um e-mail ou fazia um telefonema no dia dos seus anos. De vez em quando falamos ou trocamos e-mails. As visitas que fazíamos foram rareando. Claro que não o fiz este ano. Já lá está.
Só posso dizer: Magnífico! E também vocês merecem os nossos parabéns.

Fernando Tempera
Fernando Catarino está na minha galeria de grandes professores e guardo as melhores memórias das aulas de Biologia Vegetal I e II. Mesmo se aquele andamento logo no primeiro semestre da Faculdade fosse assustador…! Parabéns!

Francisco Andrade
É com todo o gosto que me associo a esta homenagem a alguém que verdadeiramente considero um dos mais marcantes Professores que cruzei nesta nossa Faculdade! Muito obrigado pela iniciativa.

João Belard Correia
Caro Professor, é um enorme prazer dar-lhe os parabéns nesta data tão bonita, e que conte muitos mais! As aulas que tivemos juntos (e várias encontros desde então) são sempre um prazer! Continuo a tê-lo na minha memória e não só, como um dos professores que me marcou no percurso académico. Como referência de alguém que tem um prazer enorme na vida, de partilhar várias coisas boas da mesma (dos passeios, aos petiscos, das plantas aos jardins, etc.). Um grande obrigado!

João Catarino
Acredito que seja através do exercício do desenho que passamos a observar melhor, quando desenhamos olhamos de facto para as coisas ao ponto de as formas de menor aparência nos poderem também encantar.
Cheguei ao desenho pela via inversa, o meu pai transmitiu-me o fascínio de olhar para a natureza, mas também para os espaços e objetos transformados pelo homem, e foi a ver o lápis guiado com perícia e agilidade pela mão dele que passei a desenhar também. Seja por que via for, ensinou-me o entusiasmo e a curiosidade do ver e do saber.

José A. Feijó
Professor Fernando Catarino: Um enorme abraço de carinho e admiração! Sempre à sua espera para um chazinho ou cafezinho ou o que lhe aprouver! Um grande bem-haja.

José d'Encarnação
Muito grato lhes ficaria se pudessem juntar o meu nome no rol dos homenageantes, pois também sou dos que veem em Fernando Catarino o docente sempre disponível para os estudantes e para a comunidade, que sabe exprimir em termos do dia-a-dia os conceitos complexos da Ciência! Parabéns também pela ideia desta homenagem e peço desculpa por não a ter assinado mais cedo.

José Manuel Alho
Tenho conhecimento da vossa homenagem subscrita por inúmeros cidadãos e amigos do Professor Fernando Catarino. Como biólogo conterrâneo (Ourém) e amigo gostaria também de me associar. Obrigado pela iniciativa e por tomarem em mãos uma tarefa que muitos de nós devíamos corporizar. O Professor, como escrevi em tempos, é o responsável em Portugal por abrir a Biologia à Sociedade. Ao comunicar o conhecimento científico numa linguagem acessível ao vulgar dos cidadãos para fora das portas da Academia deu um contributo fundamental para todas as dinâmicas que se criaram na mobilização dos cidadãos pelo ambiente, em particular na conservação da natureza e da biodiversidade. Esse foi um contributo do Professor para uma democracia mais participada e para a afirmação da cidadania. É esta lição de vida que nos vai transmitindo ao longo dos anos. Obrigado


José Mário Silva
Como antigo aluno do Prof. Fernando Catarino e autor da reportagem televisiva que é recuperada no vosso site, quero juntar-me ao abraço mais do que justo a este extraordinário humanista. Abraços.

Lídia Jorge
Vocês são pessoas maravilhosas.
O vosso carinho pelos outros é muito tocante.
Eu sou muito e muito imperfeita.
Não dou conta da vida, não respondo, não assino... O tempo passa.
Mas, deste lado, receber as vossas mensagens faz-me reconciliar com a vida, ao fim da noite, depois destes dias sem juízo. O país parece estar a viver um momento de pré-conflito. Longe vá o agoiro.
Queridos amigos, o Professor Fernando Catarino deve estar muito sensibilizado com a vossa iniciativa.
Que a vida vos proteja.

Maria Adelaide Neto Salvado
Desde os tempos de Faculdade de Ciências que tenho por Fernando Catarino a maior das admirações, admiração essa que, com o passar dos anos, se foi avolumando. Na verdade, com o passar dos anos, Fernando Catarino tornar-se-ia um cientista, na sua área, a Botânica, de grande renome nacional e internacional. Mas outras qualidades descobri também em Fernando Catarino: para lá de uma afabilidade espontânea que encantava todos os que o ouviam ou que com ele contactavam, reunia em si outros relevantes interesses: a sua paixão pela arte conduziu-o ao esclarecimento da profundeza existente entre as manifestações artísticas e o universo vegetal. Enfim, para caracterizar o homem, o professor, o amigo, necessitaria de muito mais do que umas simples palavras podem dizer.

Maria Amélia Martins-Loução
Muito Obrigada! Não tenho palavras. Fico muito satisfeita pela "coleta" de subscrições que fizeram e que seguramente irão dar muita alegria ao "meu" Professor. Um abraço.


Maria da Graça Monteiro de Azevedo Fialho
Muito agradeço que me associem à homenagem ao Prof. Fernando Catarino. Foi e é um grande professor, um grande ser humano, alguém que marcou gerações de alunos em que eu me incluo. É, além do mais, um grande amigo!


Pedro Foyos
Nesta homenagem tão expressiva ao Prof. Fernando Catarino teria sido não só oportuno mas também bonito que a Direção da Liga dos Amigos do Jardim Botânico (LAJB) fizesse uma judiciosa declaração de vontade: a de propor à Assembleia Geral (que se realizará dentro de poucos dias), e de acordo com a faculdade que os Estatutos lhe possibilitam, a concessão do estatuto de Associado Honorário ao antigo diretor do Jardim. Argumentará a Direção que tal não seria possível porque o Prof. Catarino deixou de ser sócio da LAJB. É um facto. Quantos privam com o professor emérito conhecem esse episódio doloroso ocorrido há anos. Reconhecem-lhe igualmente o temperamento tão frontal e vigoroso que por vezes extravasa a razoabilidade da expressão crítica. Quando vem à conversa esse tema, ele próprio não hesita em admitir que num momento particularmente difícil teve a reação intempestiva de escrever uma carta a desvincular-se de sócio. E saldou as quotas. Timbre milenar dos apaixonados em processo de rompimento, embora a outra parte não tenha devolvido nada: nem uma resposta, por exemplo. A carta, na verdade, não teve resposta e, nas palavras do Prof. Catarino, terá sido um alívio para a Direção «porque eu era sem dúvida o mais rabugento dos associados.» Já o ouvi dizer com uma candura que me pareceu quase infantil: «Como poderia ficar indiferente? Pois se eu não concordava em nada com a orientação que estava a ser dada ao Jardim. Ia dando umas "ferroadas" de cada vez que via o Jardim prejudicado. Mas quem estava naquele "púlpito" limitava-se a tapar os ouvidos. Não tinha nada contra ninguém, apenas me doía muito ver o Jardim tão desapoiado.» (Quando um dia estiverem com o Prof. Catarino, observem: ele entoa a palavra "Jardim" como se de cada letra brotasse a flama de uma coisa muito amada).
Passaram anos. O insigne catedrático que no seu octogésimo aniversário é homenageado por um número impressionante de admiradores residentes no País e no estrangeiro poderia estar a ser readmitido, por pedido do próprio, na Liga dos Amigos, já que dificilmente se descortinará, esquadrinhando meio século de vida do Jardim (o Jardim da Sétima Colina, como sempre o nomeio num dos meus romances), pessoa mais amiga do que ele. Teria sido tão fácil. Bastaria que a Direção da LAJB inscrevesse o seu nome na extensíssima lista de adesões à Mensagem Celebrativa mantida em segredo até à manhã do aniversário. Teria sido tão fácil. Teria sido um sinal discreto mas luzente de nobreza e generosidade. Teria sido uma singela manifestação de apaziguamento e de boas-vindas ao antigo diretor de um dos mais belos jardins botânicos do mundo. Teria sido um gesto historicamente nobilitante para a Direção da LAJB. Mas não foi nada disso. Permiti-me fazer, atempadamente e em nome pessoal, na qualidade de muito antigo sócio, um apelo à Direção da LAJB. Não obtive resposta. Prolongou-se por três semanas o prazo de subscrições, na expetativa franca de uma reconsideração. Não aconteceu. Ponto assente: na verdade, já nada acontece nesta gerência associativa que convoca assembleias gerais para as nove da manhã de um dia de dezembro.
Este País desafortunado perdura em contrapartida bem nutrido de enredos, urdiduras, zangas pessoais amanhadas com perseverança e ostensiva fruição. Nada mudou. São o músculo e o sangue de uma ancestral índole birrenta que atiça em mim rememorações dos arquétipos descritos por Eça, Fialho, Ortigão... Também, em tempo mais recente, por Alexandre O'Neill, que cheguei a entrevistar. Ele caricaturava com génio estas pilhérias de pátio das osgas, tão pequeninas, tão adoravelmente portuguesas.





Lídia Jorge: Mensagem a meio da noite
[Os autores reportam-se a um texto literário, sob a forma de "mail", da escritora Lídia Jorge, colocado no nosso espaço "Convidados"]

Abílio Mendes
Lídia Jorge é conhecida como escritora mas o assalto de que foi vítima proporcionou-lhe um texto antológico de jornalismo. O relato daqueles primeiros minutos de angústia e de incerteza conseguem projetar-nos para a cena, até o nosso ritmo de respiração se altera e parece concertado com o dela.

Artur Portela
Excelente, ótima crónica. Parabéns

Clara Pinto Correia
Um beijo muito grande para a Lídia. A mim, da última vez que me assaltaram a casa, até o PC me levaram — com 82 páginas do meu romance lá dentro, escritas no fim-de-semana anterior e ainda não guardadas em mais lado nenhum. É um pesadelo que poucas palavras descrevem tão bem como as da Lídia.

Gracinda Candeias
Nem imagino como se fica quando somos assaltados desta maneira — na nossa "zona de conforto" e pedaços de nós desventrados... Querida amiga, espero que já estejas recomposta.

Manuel Dias
Obrigado por nos oferecerem esta crónica maravilhosa nascida de um acontecimento tão desagradável. A Lídia Jorge é uma grande senhora e uma grande escritora. Além do mais, é minha vizinha de infância, embora eu só a tenha descoberto naquele prodigioso "Dia dos Prodígios".

Manuel Freire:
Não sabemos o que ganhou o ladrão? Mas ganhámos nós um belo texto. Ah, grande Lídia!

Padre Jardim Gonçalves
Agradeço-vos esta como outras "mensagens" com que me brindam regularmente. Desta vez peço-vos que agradeçam à Lídia Jorge mais essa sabedoria que, mesmo em contexto de "mistério", ela sabe oferecer-nos com beleza e serenidade. Só os cultores do Belo o sabem fazer.

Rui Beja
Entre a «realidade ficcionada» e a «ficção realista», esta mensagem da Lídia Jorge deixa-nos muito mais do que um registo emocionado de uma contrariedade pessoal. No seu estilo elegante, na sua rara capacidade de transmitir sentimentos profundos com a singeleza de que só os grandes escritores são dotados, faz-nos racionalizar o sobressalto permanente em que vivemos, colocando, na medida certa, quais os meros instrumentos dos nossos receios e quais os verdadeiros culpados da nossa ansiedade.

Rui Bessa
Muito grato por me enviarem estas pérolas literárias.


Norberto Sequeira
Revisor literário

Marcel Marceau
Foi com imensa emoção que li a vossa crónica evocativa de Marcel Marceau. Vi-me transportado aos meus doze anos, com o meu pai levando-me pela mão ao Teatro Tivoli, onde atuava o genial mimo. A personagem "Bip" é inesquecível. Depois, mais crescido, voltei a vê-lo no Casino do Estoril. Mas a memória mais intensa que conservo é a de uma das cenas em que Marceau interpretava o David e o Golias. Existia no meio do palco o que parecia ser um rochedo e de cada vez que ele o contornava aparecia o Golias e desaparecia o David. Repetia-se a cena e trocava-se a situação: agora desaparecia o Golias e aparecia o David. E assim sucessivamente. O inacreditável é eu ter saído do Teatro a teimar com o meu pai que aquilo era feito por dois atores. Durante muito tempo ninguém me convenceu do contrário. Este episódio poderá ser um dos muitos exemplos da genialidade de Marceau. A sua capacidade de se metamorfosear conseguia pôr um miúdo de doze anos a jurar a pés juntos que um só ator não podia ser dois figurantes completamente diferentes num espaço de um segundo!



Rui Beja
Economista - Consultor de Gestão.
Ex-presidente do Círculo de Leitores
e da Associação Portuguesa
de Editores e Livreiros

Em defesa do serviço público de rádio e televisão
Concordo totalmente com a condenação expressa pela SPA e saliento a oportunidade da divulgação que fizeram do respectivo comunicado. Infelizmente o tema não tem merecido a reacção indignada e a atitude de combate que a gravidade deste atentado político e cívico justifica amplamente.
Se considerarem de interesse, estou completamente disponível para juntar o meu nome ao de quantos não se acomodam, e não se escondem, por detrás da vil cortina dos factos dados como consumados e aceites como uma inevitabilidade por uma sociedade que ainda sofre os efeitos de cinco décadas de obscurantismo cultural e de opinião amordaçada.


Rosa Azevedo
rosa.b.azevedo@gmail.com

Projeto de áudio-livros personalizados
Comecei a pensar no que seria passar a vida sem ler. Revistas, jornais. Sem ler as pessoas, as expressões, a linguagem corporal. Sem ler ementas do restaurante. Sem ler legendas de filmes. E finalmente sem ler livros. Pensei que podia fazer alguma coisa. O meu primeiro trabalho foi gravar áudio-livros para crianças cegas, amblíopes e de baixa visão para o Ministério da Educação. Aquele trabalho tão simples fazia sentido. Pretendo pegar agora na ideia de fazer áudio-livros por encomenda. Um trabalho totalmente voluntário. Acredito que é importante que o trabalho de cada um seja pago, infelizmente muitas vezes a remuneração por um serviço valida-o. No entanto, em determinadas alturas na nossa vida temos de conseguir fazer algo que não esteja apenas acessível a quem pode e sim a todos. A única coisa que é necessário é que quem queira um áudio-livro me escreva um e-mail para leremvozalta@gmail.com e procure explicar o porquê de determinada pessoa querer aquele determinado livro. A razão deve centrar-se no livro, sempre, na escolha do livro. Os livros podem ser de todos os tipos. Até estrangeiros. O tempo de gravação é negociado de acordo com o tamanho do livro, com a disponibilidade dos técnicos e com a minha disponibilidade. O livro será absolutamente pessoal, por isso podem ser partes de livros, conjuntos de livros, podemos gravar dedicatórias ou outras mensagens e/ou comentários pessoais.



Mário Sampaio
Técnico de reabilitação psicomotora

Rui Beja: O futuro do livro
São muito interessantes e oportunas as reflexões do vosso convidado [Rui Beja], no entanto foram essas reflexões que me conduziram a uma outra talvez divergente. Refiro-me à conclusão de que no mundo dos livros digitais os futuros empresários do ramo «estando no negócio editorial e livreiro, não estarão no mercado da cultura». Peço desculpa pela impertinência da minha observação, mas então não será verdade que é isso o que já hoje acontece com os grandes grupos editoriais e livreiros? Essas grandes corporações que dominam o setor do fabrico e da comercialização dos livros em papel estarão minimamente empenhadas no desenvolvimento cultural da população? É certo que ainda sobrevivem (a muito custo) algumas pequenas editoras e livrarias cuja atividade e razão de existência não se limita ao "negócio". Estão a desaparecer, como todos sabemos. Até porque, em relação às primeiras, os produtos editoriais, por muito interesse cultural que possam ter não chegam a alcançar os escaparates das grandes livrarias porque... são comercialmente desinteressantes. Eu também já acreditei no maravilhoso Pai Natal, mas depois, para minha infelicidade, cresci...




As histórias de Gustavo e de Inês
[Os autores reportam-se a uma crónica de Pedro Foyos sobre o pequeno Gustavo, de três anos, publicada no dia em que foi sujeito a um transplante de medula (PF - secção "Diário") e a uma reportagem de Maria Augusta Silva com o título "A história de Inês" (MAS - secção "Reportagens"), menina de quatro anos que constituiu em 1994 a primeira intervenção do género em Portugal.]

Antunes Ferreira (Jornalista, in blogue Sorumbático): Maravilhosa, essa carta enviada ao menino pelo "Casal das Letras", sítio excelente da autoria da Maria Augusta Silva e do Pedro Foyos, grandes jornalistas que comigo trabalharam — e muito bem — no Diário de Notícias. (...) Um texto impressionante e excecional.

Miguel Real (Escritor): É uma história belíssima e comovente. Quem sabe se não entrará num romance...? Um grande abraço para os dois e obrigado pelo vosso trabalho de despertador de consciências.

Solange Rodrigues (Project manager): Está fantástico. Era giro se os pais do Gustavo tivessem acesso a este delicioso texto e acredito que sim.

Vitória M. Reis: Grandes nomes da ciência médica como o Dr. Manuel Abecassis, pioneiro entre nós dos transplantes de medula, é um luxo a que possivelmente uma boa parte da população portuguesa não teria direito. Porque todos conhecemos os "grandes nomes" do futebol e da televisão, mas poucos, pouquíssimos conhecem os nossos vultos vivos da ciência e da cultura em geral. E tanto lhes devemos! A vida, por exemplo, no caso específico do Dr. Manuel Abecassis. É pena que a vossa homenagem a este médico não chegue a todo o País.

A HISTÓRIA DE INÊS
Reportagem de Maria Augusta Silva


A HISTÓRIA DE GUSTAVO
Crónica de Pedro Foyos





Glicínia Quartin
Abílio Mendes (Cenógrafo, ap.): A vossa homenagem deixou-me saudoso do teatro e do cinema portugueses que se faziam há umas boas décadas, com precaríssimos meios mas imenso talento. Quanto consigo recuar nas minhas memórias vejo a menina Glicínia na Sociedade Guilherme Cossoul, onde se produziam verdadeiros milagres de imaginação e de engenho. Impressionou-me no vosso trabalho [entrevista] a declaração dela sobre as rugas da velhice. Bem a entendo, eu que também já ando muito enrugado...

Emília Nadal (Pintora. Presidente da SNBA): Muito obrigada, amigos. Gostava muito da Glicínia e é uma homenagem muito justa. Um abraço grande.

Yvette Centeno (Escritora. Profª cat. de Literatura): Homenagem muito merecida. Via-a a fazer Samuel Beckett há muitos anos e a sua qualidade era insuperável!





Faltavam dez minutos para as nove da manhã... [Os autores reportam-se à crónica de Pedro Foyos com este título e colocada na secção "Do Ofício"].

Rui Beja (Antigo presidente do Círculo de Leitores): Numa época em que o poder vigente tudo faz, a coberto da crise financeira e de valores que paira sobre nós, para eliminar os progressos instituídos com o 25 de Abril, é reconfortante ver recordados e reassumidos factos, actos e pessoas que contribuíram para acabar com o obscurantismo, a censura, a repressão, a guerra e a pobreza em que antes vivíamos.

Junto a minha à vossa voz recordando, uma vez mais, e nunca é demais, o texto com que José Cardoso Pires terminava a adenda que fez, em Outubro de 1979, ao seu incomparável e sempre actual Dinossauros Excelentíssimos:

Mas há desmemória e mentira a larvar por entre nós e forças interessadas em desdizer a terrível experiência do passado, transformando-o numa calúnia ou em algo já obscuro e improvável. É por isso e só por isso que retomei o "Dinossauro Excelentíssimo" e o registo como uma descrição incómoda de qualquer coisa que oxalá se nos vá tornando cada vez mais fabular e delirante.

Rosa Alice Branco (Escritora e professora): Espero que a vossa mensagem chegue a Portugal inteiro. Um abraço forte

Tiago Ribeiro (Estudante): Que grande honra me foi concedida ao residir numa rua que tem o nome do jornalista que referem no texto, Raul Rêgo. Vou agora olhar para a placa com respeito e admiração.




Ainda sobre Augusto Luso
[O autor reporta-se ao comentário do leitor Norberto Sequeira]

A Escola Secundária de Rodrigues de Freitas é de algum modo a sucessora do Liceu Nacional do Porto, onde Augusto Luso foi professor. O herbário de Augusto Luso faz parte do acervo do Museu de Ciência da escola. Foi até inaugurada em Novembro de 2011 uma exposição temática sobre os herbários de Augusto Luso e de Júlio Dinis — a qual, infelizmente, encerrou em Fevereiro sem que eu tivesse notícia dela (decerto por culpa minha). Hei-de pedir autorização para folhear esses herbários. Em qualquer caso, a exposição comprova que a Escola Rodrigues de Freitas não esqueceu Augusto Luso.




Naturalista Augusto Luso
Alexandra Escudeiro (Bióloga/Jardim Botânico - MNHN):  Bem hajam por me terem dado a conhecer esta personagem da cultura portuguesa!

Norberto Sequeira (Revisor literário): O autor [Paulo Ventura Araújo] refere que a Rua Augusto Luso no Porto liga dois liceus, a 400 metros um do outro. Apreciei muito o texto e no final ocorreu-me uma pergunta: será que os professores das Ciências da Natureza naquelas escolas pensaram alguma vez em dedicar uma aula ao pioneiro português? Outra questão que se me colocou logo de seguida: já pensaram nos milhares, talvez milhões, de portugueses que nunca terão tido a iniciativa de conhecer em detalhe a figura cujo nome foi atribuído à rua onde moram, talvez há muitos e muitos anos?





Casal das Letras Primeiro Aniversário

NOTA: Por motivo do considerável número de missivas recebidas e da extensão de algumas delas permitimo-nos selecionar os trechos que em nosso entender poderão resumir de forma mais significativa cada mensagem na sua globalidade. A todos os autores reafirmamos a profunda gratidão pela amizade, confiança e generosidade dos comentários. MAS / PF


Bárbara Coelho: «(...) Em língua portuguesa não haverá na internet um "serviço público" de Cultura tão extenso e de qualidade como o vosso. Uma das duzentas entrevistas (embora só uma parte esteja disponível) já me foi muito útil para um trabalho recente. Idem, há meses, em relação a um artigo sobre George Orwell. Tudo isto valorizado por um desenho sóbrio, sereno, que torna a leitura ainda mais apetecível. Parabéns!

Gil Montalverne (Jornalista e divulgador científico): «Sou eu e quase tenho a certeza que poderia dizer "somos nós" que temos de agradecer aos dois grandes amigos, Maria Augusta Silva e Pedro Foyos, duas entre as maiores figuras do jornalismo português, com tantas provas dadas de verdadeiro profissionalismo aliado a um grande - e por vezes infelizmente raro - sentido humanístico do dever de informar, formando e defendendo os princípios da igualdade entre todos, sempre ao lado dos mais fracos e que mais necessitam de ajuda. Somos nós que temos de estar agradecidos de assistir na Rede Digital de toda a informação um local único que se distingue pela forma como desde há um ano encontramos memórias que ainda são presente, que para sempre serão presente, conteúdos de valor inestimável e que decerto assim poderão ser consultados pelas gerações futuras (...). Um casal de dois seres exemplares, de grandes amigos dos seus amigos, como sempre o demonstraram e continuam a demonstrar. (...) Com toda a sinceridade agradeço tudo o que me deram e estão neste momento a dar, a mim e a todos os visitantes deste local único, nascido há um ano da sua criatividade, do seu amor aos outros, do seu afecto por uma profissão que souberam honrar como poucos o fizeram até hoje. Que longos e felizes dias vos esperem.»

Graça Pires (Escritora): «(...) Quero dizer-lhes que gostei imenso de vos ler. Cheios de valor, fazem da simplicidade um jeito de estar. É por isso que quase tocamos a claridade existente nas vossas vidas. Bem hajam por serem assim.

João Menéres (Fotógrafo): «Antes de tudo e do mais, as minhas mais sinceras felicitações pelo aniversário. Depois o meu agradecimento pelo vosso trabalho que a todos nós enriquece. Preciso de tempo (como ele corre e de que maneira veloz...) para verdadeiro conhecimento de todo o conteúdo. Uma sugestão, se me permitem: não será possível fazer um link sobre os retratos para se ter imediato acesso ao que foi dito ou escrito sobre cada uma das personalidades?

José Jorge Letria (Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores): «Um forte e fraterno abraço de felicitações por este exemplar ano de trabalho ao serviço da cultura e dos valores do humanismo, da solidariedade e da exigência crítica. Continuaremos juntos.»

Julieta Monginho (Jurista e escritora): Muito obrigada pelo magnífico trabalho! Parabéns e o desejo de que essa tão rara atenção à cultura literária se mantenha e amplie!

Madalena Estrela: «Obrigada por compartilhar esta alegria e parabéns por este ano. Grande abraço carinhoso e vamos caminhar para a comemoração de outros anos à frente. Grande abraço da família Estrela [Livraria Camões, Rio de janeiro].

Maria e João Soto-maior Alves da Costa: «Parabéns pelo aniversário e pelo magnifico trabalho que têm feito. Que continue por muito tempo e com a qualidade a que nos habituámos.»

Paulo d' Almeida (Médico): «(...) O mundo necessita de pessoas como vós.»

Pratas Vital (Professor de Neurologia): «(...) Muito obrigado, um sítio na internet muito interessante. Continuem!»

Rui Beja (Antigo presidente do Círculo de Leitores): «Parabéns a Maria Augusta Silva e a Pedro Foyos pelo imenso que fizeram em apenas um ano do seu Casal das Letras, para o tornar tão pronta e efectivamente naquilo que assumiram como desígnio: um lugar de partilha onde se conjugam em múltiplas áreas e diversos olhares os diferentes tempos que ao ser humano cabe viver. Para além de tudo o mais, a galeria de convidados acolhidos no "ano de estreia" espelha o objectivo traçado e as respostas que a Maria Augusta e o Pedro se auto-desafiaram responder no Tudo-Nada Sobre Mim que assinala este primeiro aniversário são bem reveladoras da sensibilidade humana, do lastro cultural e da curiosidade intelectual que os caracteriza. Um forte abraço e votos de muitos e felizes anos para o casal que faz das letras o sítio de encontro dos seus amigos.»




Pedro Sá Romano


Guerra Civil de Espanha
Peço desculpa pelo atraso, mas não queria deixar de fazer um esclarecimento a propósito do vosso texto sobre a Guerra Civil de Espanha.
Há tempos veio parar-me às mãos um livro no qual aquele comandante franquista, José Moscardó, é uma das principais personagens. Na foto que publicam ele está ao lado de Franco (entretanto, o jornalista Artur Portela eclipsou-se...). A história daquele homem é arrepiante. Ele e as suas tropas estavam cercados há muitas semanas na fortaleza de Alcazar e decididos a não se render aos republicanos. Estes tinham conseguido aprisionar o filho do Moscardó e fizeram-lhe um terrível ultimato: se ele não se rendesse matariam o filho. O comandante respondeu ao emissário que nada o faria render-se. Então, os republicanos pegaram no filho e fuzilaram-no! Isto é a guerra! Não há bons nem maus, é tudo um horror, uma monstruosidade. Neste caso, como sabemos, a monstruosidade nem cessou com o fim da guerra, continuou longo tempo com chacinas só comparáveis às do regime hitleriano.


Fernando Pinho
Estudante (área Biologia)

Galopim de Carvalho
Tenho pena de não ter encontrado o texto de Galopim de Carvalho entre as anunciadas 200 entrevistas. Ou, melhor dizendo, ele está lá, mas apenas através de pequenos excertos áudio. Gostaria de o conhecer melhor e verifiquei não haver muita coisa na internet. Eu participei há muitos anos numa visita de estudo, guiada por ele, ao Museu Nacional de História Natural. Fiquei apaixonado pelo tema, ele nem imagina a influência que viria a ter no meu percurso académico!

    Caro Fernando, gratos pelo comentário. Cumprindo-se, como esperamos, a calendarização relativa a essa secção, a entrevista ao Prof. Galopim de Carvalho deverá estar disponível a partir do próximo mês de maio.




Rómulo de Carvalho / António Gedeão
[A autora reporta-se à homenagem prestada neste sítio, no âmbito das secções "Registos" e "Grandes Entrevistas"].

Acho que nunca vivi sem António Gedeão e sem a sua "Pedra Filosofal", poema que me inspira e me trava sempre que me sinto tentada em desistir de algum sonho.
Numa época em que todos precisamos de sonhar, a Fundação António Quadros homenageará António Gedeão, colocando esse poema na sua próxima newsletter apesar de, infelizmente, só a publicarmos no dia 14 de Março.


Fernando Catarino
Biólogo.
Professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Artur Portela
Parabéns pelo escorreito (como havia de não ser?) texto-memória sobre Artur Portela, Pai. Fiz o secundário em Leiria e em Regueira de Pontes, uma freguesia nas margens do Liz, havia Portelas. Creio mesmo que na Escola Industrial que frequentei antes do Liceu. Havia um professor Portela no Seminário, que, segundo me diziam, era muito avançado para os tempos, muito culto, dado às letras, ao teatro e à arte, e dono de tal tolerância que escandalizava meia Leiria tão pacatamente bacoca que cheirava ao Eça. Do Filho lembro as blagues e as páginas de provocação no Jornal Novo [de que era diretor]. Aquilo do Fotoshop, antes de o ser, tenho uma ideia vaga que também o Filho usava nos bonecos da primeira página do Jornal Novo, certamente com fins mais nobres que os dos franquistas.
O Moscardó (e não Moscordó), parece de uma outra guerra e o Franco sem bigodinho e cara de adolescente já dava para ver o que daria. A foto do comandante do Alcazar tem chapada a tristeza / remorso pelo filho sacrificado no altar daquela pátria, não chica, mas sempre dividida. Como hoje!


Rui Beja
Antigo presidente do Círculo de Leitores
e da Fundação Círculo de Leitores e
ex-presidente da
Associação Portuguesa de Editores e Livreiros

http://janeladoslivros.blogs.sapo.pt/


Congratulando todos os que não se acomodam
à triste sina do facto consumado

A boa notícia chegou-me por bons amigos, o Casal das Letras: a Livraria Camões do Rio de Janeiro não vai encerrar as portas porque o Grupo Almedina assinou com a INCM um memorando de entendimento que viabilizará a continuidade de tão relevante embaixador da cultura portuguesa no Brasil. Trata-se de um acontecimento que não deve, não pode, ser deixado passar sem o adequado registo. Trata-se da celebração de uma vitória sobre o ataque cerrado que se vive em Portugal, e não só, sobre tudo o que não seja a visão míope de uma austeridade financeira cega, surda e muda. Trata-se de congratular todos os que não se acomodam à triste sina do facto consumado em que nos querem fazer viver e, neste caso particular, à resistência que o nosso Casal das Letras ajudou a fazer crescer relativamente a mais um caso que parecia de "assassínio" inevitável. Trata-se, enfim e muito calorosamente, de saudar Carlos Pinto, o líder do Grupo Almedina, pela corajosa decisão que tomou ao viabilizar a continuidade da Livraria Camões na linha de todo o esforço que tem desenvolvido no domínio da actividade editorial e livreira portuguesa e da projecção da mesma no Brasil..




Encerramento da Livraria Camões
no Rio de Janeiro

Quando se regista um número com a grandeza de mil e cem pessoas (para já) subscrevendo um protesto contra o encerramento de uma loja, independentemente da respetiva atividade, isso tem também um significado comercial. Esse espaço é promissor, parece óbvio, em termos do lucro que pode advir da atividade que tem vindo a exercer. Mais ainda se houver o cuidado de o valorizar e dinamizar. Ora tem sido dito que esse mais de um milhar de pessoas são na quase totalidade cidadãos brasileiros residentes no Rio de Janeiro. Então basta somar dois mais dois para encontrar o resultado. A Livraria Camões não vai desaparecer. Talvez com esse mesmo nome ou similar, possivelmente no mesmo local, ressurgirá uma livraria vocacionada para a cultura portuguesa, por motivo bem simples: é um bom negócio. Vai uma aposta? A única diferença é que terá à sua frente uma empresa privada e não pública. Isto é fácil de perceber, só a administração da nossa Imprensa Nacional, com a atávica pelintrice que bem conhecemos, é que não percebe.

Abílio Mendes [cenógrafo, ap.]

                                         

A cultura assusta. A cultura é anti-económica e só existe para se gastar dinheiro do contribuinte: eis a cerebral constatação destes terceiro-mundistas que nos governam e dos que se dizem oposição. Para o poder instalado, seja de que tendência for, a cultura chateia, não é economicamente produtiva e é perigosa pelas incontroladas reações que poderão fazer disparar a estabilidade do País e dos Governos. Afinal o que é a cultura para estas gentes: o futebol, o nacional-cançonetismo, o pop, o rock e o fado! Vivam a ignorância e a incompetência nacionais!

Carlos Baptista da Silva

                                         

Mesmo para quem não se interesse pela Cultura direi que encerrar uma empresa ou loja numa das maiores economias do mundo parece estranho do ponto de vista financeiro. Agora poderíamos falar também um pouco de Cultura. A Livraria Camões não tem sido, nestes 40 anos, apenas uma livraria comercial mas sobretudo um centro de cultura portuguesa no estrangeiro. Mas alguém em Portugal com poder político estaria interessado nessa componente financeiramente não lucrativa? Não vale a pena gastar cera com tão ruins defuntos. Mas a indignação conviria que não morresse em nós e por esse motivo não resisti a felicitá-los.

J. Sebastião Rodrigues [Professor]

                                         

Há lutas que devemos travar independentemente dos resultados, batendo-nos pelo que é justo. Fico numa indignação sem freios, atentos os valores que um país decente nunca poderia deixar de defender. Um forte abraço, grato por toda a vossa devoção à cultura.

José Manuel Mendes [Escritor. Presidente da Associação Portuguesa de Escritores]

                                         

Sou filha do Sr. José Estrela, funcionário da Imprensa Nacional – Casa da Moeda, que por 38/40 anos é gerente da Livraria Camões, amante e grande divulgador e difusor da cultura e literatura do País em que nasceu e tanto ama, como sempre fala de o meu Portugal. Quero que fique bem claro aos que acompanham esta trajetória que o meu intuito em divulgar o andar deste encerramento não é pelo emprego do meu pai (que hoje tem 75 anos), pois é mais que merecida sua aposentadoria mesmo que ele não se veja sem fazer o trabalho que tanto ama, e sim não deixar que 40 anos de existência da Livraria Camões se transforme apenas em saudade, iniciando ao fim de muitos anos uma rotura drástica nas relações culturais Brasil / Portugal.

Madalena Estrela

                                         

Sou dono de uma livraria. Cabe a uma livraria privada no Brasil fazer a importação dos livros portugueses. Esse não é o papel do Estado Português.

Pedro Lérias [Livreiro]

                                         

Se cuidem, amigos brasileiros! O Ano de Portugal no Brasil já começou, com o ex-banqueiro Horta e Costa nos comandos e muitos co-pilotos amantes da cultura como o senhor Estêvão de Moura [INCM]. Tudo decerto secretariado pelo Viegas [SEC] e por outro Moura que preside agora ao CCB. Migos! Vigiem e guardem tudo quanto tenha alguma parecença com cultura! O Ano só agora começou. Mas com jornalistas corajosos como estes daqui, do Casal, nós vamos ajudar vocês a segurar essa barra!

Rui Gonçalves

                                         

Como sempre, o que aproxima os países são as pessoas e não os governantes.

Yvette Centeno [Escritora. Professora catedrática de Literatura]

                                         

[...] Tomei a liberdade de enviar também o meu protesto para vocês. Já vi esse filme no Recife quando fecharam uma livraria Camões que ficava contígua ao Gabinete Português de Leitura. José Estrela foi uma espécie de "orientador" de leituras de toda a minha geração na UFPE (saudosos anos 70). Fico indignada com isso tudo porque sempre há uma tentativa de banimento dos estudos portugueses no Brasil. Há anos, sob a batuta do professor Afrânio Coutinho, entre outros, pretendeu-se retirar a literatura portuguesa dos currículos de letras. Hoje assistimos ao caos que certas grades apresentam, com um semestre de literaturas de língua portuguesa e outro no fim. Sem falar no boicote de alguns docentes despreparados que acham não valer a pena. Ignorantes, uns; malévolos, outros. Vi recentemente em Lisboa fechamento de editoras e livrarias e uma pobreza grande no acervo (inclusive da FNAC e da Bertrand). Bom, perdoem-me tantas queixas.

Zuleide Duarte [Professora Titular da Universidade Estadual da Paraíba]


           CAMÕES, O NAUFRÁGIO DA LIVRARIA

Crónica exclusiva do jornalista e escritor luso-brasileiro
                     JOSÉ ALBERTO BRAGA

                                 

                 O QUE DE ESSENCIAL FOI DITO
                      SOBRE O ENCERRAMENTO


                                 


Mário Sampaio
Técnico de reabilitação psicomotora


Vale a pena quantificar
[O autor reporta-se ao comentário do leitor anterior]
Independentemente do percurso e da sua luta ideológica [de Alves Redol], impressiona o vaticínio dele, há cinquenta anos, de que os jovens portugueses de então iriam construir «um belo país europeu», ou seja, subentende-se, justo, democrático, solidário. Passou meio século e que vemos hoje? Vale a pena quantificar: dez por cento dos portugueses mais pobres perderam ultimamente seis por cento do seu rendimento; pelo mesmo tempo, dez por cento dos portugueses mais ricos perderam apenas três por cento. Por outro lado, cresceu o número daqueles que auferem anualmente um rendimento superior a quinhentos mil euros. Também na faixa de mais de um milhão não são poucos. Cerca de metade da população portuguesa não vai além, pelo mesmo período de tempo, dos cinquenta mil euros. Espero que tudo isto não acabe nas tragédias que Alves Redol e outros neorrealistas prenunciaram em alguns dos seus romances.


Lucília Mendonça

Alves Redol
O depoimento inédito de Alves Redol que em boa hora trouxeram até nós dirige-se aos jovens portugueses que hoje são sexagenários ou mais do que isso, como é o meu caso. Que vivem num país democrático. «Num belo país europeu», como se diz no depoimento.
Mas o grande escritor ficaria decerto surpreendido se soubesse que esse «país europeu» é hoje, cinquenta anos depois, o que apresenta o mais chocante fosso entre os muito ricos e os muito pobres.


Maria João Franco
Pintora
http://mariajoaofranco.blogspot.com



Património cultural
Parabéns! Ótima iniciativa pelos tão esquecidos autores que fazem parte do nosso património cultural e tão submersos estão por uma aculturação das massas anónimas que esta globalização nos impõe diariamente !


Henrique Antunes Ferreira
Jornalista
http://aminhatravessadoferreira

Graça Pires 1… «Sou mais para a prosa, mas…»
Para se gostar de Poesia – e eu sou mais para a prosa – é preciso encontrar quem nos saiba conquistar, convencendo. É o caso de Graça Pires cujos poemas adoro. Repito: adoro. Este [poema inédito reproduzido na secção Convidados] é um excelente exemplo daquilo que digo e que, sobretudo, sinto. Um grande obrigado a Graça Pires e outro à minha menina Maria Augusta e ao ilustre marido Pedro. Este Casal das Letras é… isso mesmo mesmo, das letras. Excelente. Excelentíssimo


Paula Tristão Enes
Educadora de Infância

Graça Pires 2… Neste país dito de poetas…
Tomo a liberdade de lhes enviar esta mensagem para afirmar que foi para mim uma felicidade reencontrar Graça Pires, ao fim de alguns anos. Foi uma colega quem há tempos me emprestou um livro dela com alguns poemas assinalados. Não me lembro do título, o livro era emprestado, tive de o devolver. Sei que era suposto ler apenas os poemas assinalados e afinal acabei por os ler e reler todos. Pensei agora que poderia adquirir um volume com a obra completa desta autora, andei a pesquisar na Internet e não encontrei nada. Não se justificava a edição de um volume do género "Poemas Reunidos"? Aliás, entra-se em qualquer livraria e vê-se que os livros de poetas portugueses são escassíssimos ou mesmo inexistentes. Neste país dito de poetas parece que já desistimos também da Poesia!


Vítor Guerra

Ainda sobre Edgar Morin
Chego tarde, bem sei, mas só agora me chamaram a atenção para o artigo e comentários sobre o filósofo francês Edgar Morin, que muito e muito admiro. Dupla agradável surpresa, porque este vosso espaço, que não conhecia, é formidável. Sobre Morin: li num jornal que um dos candidatos às próximas eleições presidenciais francesas é filho (ou neto, não sei bem) do grande filósofo. Ora é pena que não seja o próprio Edgar Morin. Apesar dos seus 90 anos, não duvido que a França ficaria muito bem servida tendo-o como Presidente. Não só a França. A Europa de hoje seria completamente diferente se tivesse à frente de cada país, de cada governo, de cada comissão, de cada parlamento, pessoas com a estatura cultural e ética de um Edgar Morin. Tudo quanto está a acontecer foi por ele previsto há décadas. Leiam os livros dele, está lá tudo, não só em relação ao passado como ao futuro.


Manuel A. Viana Pina
Engenheiro




Jornalista Antunes Ferreira
As minhas felicitações por terem homenageado esse grande jornalista que tive o prazer de conhecer há muitos anos, num período crítico da história deste país (o costume…). Eu andava por esse tempo no Instituto Superior Técnico e ele era um dos principais responsáveis por um jornal político com cuja ideologia me identificava (hoje não sei que dizer…). O encontro, que tinha por fim a entrega de alguns documentos com interesse informativo, era suposto durar cinco minutos ou menos. Pois prolongou-se por mais de uma hora! Fiquei encantado com a lucidez do seu pensamento e uma verve entre o sério e o sarcástico. Li a vossa entrevista e fui visitar os blogues dele, verifico que o estilo se mantém intacto! A minha lista de Favoritos inclui agora, para além do Casal das Letras, os dois blogues de Antunes Ferreira. Faço votos para que estes três jornalistas continuem a proporcionar-nos espaços de inteligente irreverência e corajosa insubmissão. E que os mais jovens sigam estes bons exemplos!




Yvette Centeno
Escritora.
Professora catedrática de Literatura












Julieta da Costa Braga





















Fernando Catarino
Biólogo.
Professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa











Tibério Cid
Artista gráfico















André Letria 1…  Lindíssimo!
Conheço bem os livros de André Letria. Mas, ainda por cima, vejo agora que também ele é lindíssimo!
Parabéns e grande abraço.

                                  

André Letria 2…  De certeza ficarão vaidosos
Tenho uma filha com o nome Mariana, agora com 13 anos, era muito pequenina quando uns amigos lhe ofereceram um livro da "dupla" José Jorge / André Letria. A oferta era intencional por causa do nome Mariana e o meu marido chama-se João, nomes que aparecem na abertura do livro, numa poesia que lemos em voz alta vezes sem conta. Os autores de certeza ficarão vaidosos se lhes disserem que tanto eu como o João ainda sabemos de cor os versos que eram assim:

Vem com pezinhos de lã
o velho João Pestana,
para dar um beijo ao Pedro
e um recado à Joana
e para deixar um verso
nos lábios da Mariana.


Não resisti a contar esta história. Os meus parabéns e já agora também da Mariana…

                                  

André Letria 3…  São uma família e peras!
Cumprimento a Senhora do Casal pela escorreita e limpa entrevista ao André Letria, cujos rabiscos sigo há muito tempo, até por ter um filho, João Catarino, ilustrador gráfico e autor do blogue "Desenhos do Dia". Um jovem de 46 anos! Eu e a Mãe temos muito orgulho nele. O André deve ser bem mais novo. Habituei-me a acompanhar a sua obra por causa do peso dos Letrias, o Joaquim e o José Jorge. São uma família e peras! Fui apanhado anos e anos pelo Joaquim quando ele, na TV, com aquela voz tão lisboeta de um "bom malandro", nos animou tantas noites.

                                  

André Letria 4…  Não se limita a dizer amém
Bem pode afirmar-se que André Letria é fruto das belas letras. Das belas artes já é ele próprio…
O que mais aprecio na sua obra como ilustrador é a capacidade de nos surpreender depois de termos lido o texto que gerou a imagem. Ao contrário do que é corrente não se limita a dizer amém ao escritor, no estilo "o fotógrafo estava lá…". Quase sempre acrescenta ou sugere algo de diferente, com inesperada autonomia em relação ao texto. Significa isto que ele é não só um ilustrador tecnicamente esmerado mas também criativo.
Criativa foi igualmente a ideia de juntar os três Letrias (poderiam até ser alguns mais, estou a lembrar-me do Sérgio). É daquelas coisas que são um ovo de Colombo. Visto feito parece muito óbvio e simples. Mas foi preciso imaginação e iniciativa. Nada de espantar, sabendo-se que este belo espaço na internet é realizado por dois grandes jornalistas.


Daniel Martins Rosa
Estudante de Engenharia
(Redes de Comunicação)



Isaac Asimov e a "machina sapiens"
[O autor reporta-se a um texto de Pedro Foyos sobre Isaac Asimov e inserido na secção "Grandes Ficções do Outro Mundo"]

Não quero deixar de lhe dirigir uma palavra de agradecimento pelas valiosas informações que colhi naquele artigo [Isaac Asimov] que muito valorizaram a minha tese, quando, confesso-lhe, nem tinha planeado introduzir na mesma a componente ficcional. Vejo agora como pode um escritor de ficção exercer tanta influência (benéfica) no comportamento de uma sociedade que justificadamente era hostil às máquinas.
Talvez tenha interesse em saber que resolvi ir um pouco mais longe, ao século XIX, quando se organizou em Inglaterra o movimento operário chamado luddisme, em defesa dos empregos e cujo objetivo drástico era a destruição das máquinas. Muitas foram mesmo destruídas, por exemplo as tipográficas onde eram impressos os jornais. […] O tema das relações históricas entre homens e máquinas é de facto apaixonante e fiquei com vontade de voltar a ele.
Também, claro, de ler Asimov.


Fidalgo Pedrosa
Fotógrafo Amador
www.fidalgopedrosa.com

Acervo jornalístico, literário e… fotográfico
Pedro Foyos e Maria Augusta Silva:
Foi um prazer revê-los neste local situado "algures em todo o lado". Gostei do que vi e da forma, bem estruturada e percetível, como se apresenta esta vossa janela para o mundo, onde podemos ver o vosso acervo jornalístico e criação literária. Contudo, por razões óbvias e bem conhecidas, pois sou amador de fotografia, demorei-me mais tempo na criação fotográfica do Pedro Foyos. Que bom foi poder rever os trabalhos inovadores, diria memoráveis, do Pedro, os quais foram e são referência de qualidade e exigência estética e intelectual para todos os que amam esta expressão artística – a arte fotográfica. Felicidade e inspiração para ambos.


Paulo Monteiro
Técnico de Optometria

Viriato Soromenho-Marques
Só agora tive oportunidade de ler o lúcido apontamento do Prof. Viriato Soromenho-Marques no qual vai enumerando sucessivas e aterradoras aberrações que a todo o passo deparamos em Portugal.
O autor antecede cada uma das constatações com as palavras: «Este é o País onde…»… registando certeiramente as mais criminosas incongruências.
Permito-me dirigir por vosso intermédio um pedido ao Prof. Viriato Soromenho-Marques. Se vier a reeditar aquele texto, por favor não esqueça de adicionar a singularidade seguinte:
Este é o País onde se realizam touradas, com abundantes transmissões televisivas, a favor das Santas Casas das Misericórdias!
Santíssimo, cristianíssimo e misericordioso País!





José Barros
Antigo aluno do Instituto Piaget





































Fernando Catarino
Biólogo. Professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
e antigo diretor do Jardim Botânico daquela Universidade

















Equipa Aventura Social
www.aventurasocial.com



Edgar Morin A revista Science anda distraída
Eu e numerosos colegas, também professores, tivemos o privilégio de conhecer pessoalmente Edgar Morin quando há anos ele veio a Portugal a convite do Instituto Piaget. O colóquio foi extraordinário, tanto como as conversas informais que se estabeleceram em dois momentos da visita. Saúdo-vos pela homenagem que lhe prestaram.
Este meu comentário decorre do facto de os nossos órgãos de comunicação estarem a dar enorme destaque (rádio, TV e uma página inteira no DN!) a um estudo publicado há dias na revista Science, da autoria de um grupo internacional de biólogos. Chegaram eles à conclusão de que estamos no limiar de uma nova Grande Extinção. Ora parece-me que a revista Science anda distraída, pois no mínimo deveria tributar uma referência a Morin, que também é biólogo e anda há anos a pregar no deserto sobre esse tema.
Transmitiu-o em Viseu, de uma forma cientificamente fundamentada mas tão límpida que todos compreendemos a dinâmica dramática dos chamados "efeitos em cascata", os quais, atingido um certo limite, não conseguiremos dominar. Eu e muitos colegas não esqueceremos as suas palavras, que foram mais ou menos: «não se fazendo nada, os vossos netos e os filhos dos vossos netos herdarão um planeta tão doente que já não haverá remédios de cura. Esse será o início de uma nova Grande Extinção, a sexta na história da Terra; mas desta vez com a particularidade de haver uma responsabilidade exclusiva por parte de uma espécie animal, dita humana e pensante…»
Não é possível ficar indiferente perante a antevisão de que tudo isto possa acontecer até ao final do presente século. Parafraseando o Prof. Fernando Catarino, temos de arranjar maneira de sair desta encrenca.


                                  

Edgar Morin  Dá que pensar como se vai sair desta encrenca…
Um abraço pela vossa plataforma de onde vão acenando à gente apropriados avisos à navegação. Coisas simples e concisas como essa de avisar que um senhor com 90 anos acredita em "ideais" e que vale a pena viver e morrer por eles. Edgar Morin ensinou-nos que não é proibido pensar, nem reagir, nem incomodar o sistema visando mudar mentes e comportamentos.
As previsões apontam para a população estabilizar antes dos dez biliões daqui, talvez, a duas décadas e depois decrescerá, por milhares ou milhões de anos. Sou otimista, já se vê.
Agora o que nos devia importar mais era a pegada ecológica que forçosamente, a bem ou a mal, tem de ser mais racional e "sustentável"! Mas quem vai convencer os indianos e chineses que não podem ou não devem repetir os erros com consumos e estilos de vida insustentáveis? Dá que pensar como se vai sair desta encrenca.
Pode sempre assobiar-se para o lado, mas não resolve...
Foi bom terem-se lembrado do Morin.

                                  

Edgar Morin  Neste marasmo cultural…
Estamos num momento crítico da vida nacional onde a alegada "crise" fez despontar um séquito de oportunistas que dela se aproveitam para promover a sua mediocridade (quantos de nós não se confrontam com isso no seu dia a dia laboral – de colarinhos azuis a colarinhos brancos?). Neste marasmo cultural é sempre um prazer evocar Edgar Morin, numa tentativa de animação dos que convivem diariamente com a inveja e a mediocridade.






Em defesa do pluralismo democrático
O DIA EM QUE MIL PESSOAS PASSARAM POR ESTE SÍTIO DE ENCONTRO.  A TODOS MANIFESTAMOS A NOSSA GRATIDÃO
Considerado gravemente ofensivo para muitos milhares de pessoas que nas últimas eleições votaram nos chamados "pequenos partidos", o habitual artigo de Miguel Sousa Tavares no "Expresso" teve resposta imediata. Em defesa do pluralismo democrático, Pedro Foyos escreveu a crónica que, entretanto, gerou numerosas reações de apoio por parte dos mais diversos setores.
Esmagadora, incomum, a repercussão no espaço da internet: na transição do dia 13 para 14 acederam à crónica mais de mil pessoas (exatamente 1 153, conforme dados registados no servidor). A este cômputo de visitas não será alheia a difusão empreendida por alguns dos nossos leitores com presença nas redes sociais e capacidade de propagação de mensagens.
É-nos especialmente grato referir os nomes relevantes da vida portuguesa (sobremaneira nas áreas do jornalismo, literatura, artes e ciências) que nos enviaram mensagens de apoio à nossa frontal defesa do pluralismo democrático.
Os dois jornalistas autores deste sítio de encontro sentem-se imensamente honrados com tão expressivas manifestações de apreço.


António Valdemar (Membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, Secção Sociologia).  Emília Nadal (Pintora, presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes). Fernando Catarino (Biólogo, professor catedrático jubilado). Gil Montalverne (Jornalista e divulgador científico). Graça Pires (Escritora). Henrique Antunes Ferreira (Jornalista). Manuel Dias (Jornalista). Manuel Freire (Músico, antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Autores). Maria Antonieta Preto (Escritora). Maria do Rosário Pedreira (Editora). Miguel Real (Escritor e professor). Pedro Almeida Vieira (Jornalista e escritor). Santos Ferreira (Gestor). Teles Xavier (Biólogo). Viale Moutinho (Jornalista e escritor). Victor Oliveira Mateus (Escritor e professor).

Resposta de Pedro Foyos a Miguel Sousa Tavares:
"Reflexões sobre os pequenos partidos
que só servem para atrapalhar o sistema"





José Jorge Letria
Escritor
Presidente Sociedade Port. Autores

David Mourão-Ferreira
Parabéns pela muito bela e oportuna evocação de David Mourão-Ferreira na passagem dos quinze anos do seu desaparecimento físico.
Na realidade, os poetas ficam sempre presentes.


José Luiz Fernandes
Jornalista
Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Casa da Imprensa

Partilha de interesses humanísticos
O "Casal das Letras" é uma pérola no meio do muito lixo, blogues incluídos, que polui a internet. É uma excelente forma de a Maria Augusta Silva e o Pedro Foyos prolongarem a sua atividade jornalística, de partilharem os seus interesses humanísticos e de estarem civicamente presentes. Com gratidão lhes peço que mantenham esta porta aberta. Não deixarei de dar a conhecer este sítio a amigas e amigos, daqueles que vale a pena ter como visitas.
Desejo-vos saúde e ânimo para prosseguirem!


Norberto Sequeira
Revisor literário

Por favor… a sua idade?
A quem passe por aqui e tenha mais de 60 anos (é o meu caso) recomendo a leitura da crónica do Pedro Foyos com o título Por favor… a sua idade? (secção "Diário", uma das que mais apreciei, juntamente com o mordaz "Receituário Doméstico"). Essa crónica, pequeníssima no tamanho físico, é imensa na estatura alegórica que, talvez, apenas os sexagenários conseguirão apreender em pleno. Um texto literariamente saboroso inspirado num psiquismo rigoroso.
Como alguém já disse neste espaço: «Vou acompanhando…».


Faria Artur
Jornalista

Sério trabalho de divulgação cultural
Uma palavra amiga e a satisfação por terem arrancado com este projeto. Agradam-me as novas experiências oriundas de gente que admiro e que se propõe fazer um sério trabalho de divulgação cultural. Vou acompanhando…


Jorge Amorim de Almeida

 



Ainda Rómulo de Carvalho / António Gedeão
Aceitei o desafio de um vosso leitor (Eduardo Pereira) e fui ler a entrevista a António Gedeão.
É a entrevista mais extraordinária que me foi dado ler. Estou absolutamente de acordo com a afirmação do leitor quando diz tratar-se de um trabalho que os estudantes de comunicação social deveriam obrigatoriamente conhecer. Redobro os meus parabéns pela entrevista e também por esta iniciativa cultural tão válida. Cem entrevistas a grandes figuras nacionais! É obra!


Abílio Mendes (AM)



Gil Montalverne (GM)



Helena Barros Machado (HBM)



José Avelino Lima de Faria (JALF)


José de Sousa Monteiro (JSM)



Júlio M. Porto (JMP)



Leonor Sampaio (LS)



Teresa Antunes Pereira da Costa (TAPC)



Verónica Lucas / Brasil  (VL)




















































Fernando Catarino
Amar um Jardim exige um estágio civilizacional, como acontece por exemplo em Inglaterra, que nós infelizmente ainda não alcançámos. Conservar e valorizar um Jardim Botânico não dá votos e os nossos políticos sabem isso. […] Felicito o Prof. Catarino pela sua coragem, dando nomes aos bois, como se diz na minha terra. Sem ofensa! (AM)

                                  
Acabei de ver [filme anexo, secção "Convidados"] a visita ao Jardim Botânico com o meu querido amigo Fernando Catarino. Que homem admirável! Como ele nos encanta a explicar os mil encantos que a Natureza encerra. Que bom seria que todos a respeitassem e a soubessem conservar. Não somos donos dela para a destruirmos a nosso bel-prazer. Como disse o grande Chefe Índio, "apenas a recebemos emprestada dos nossos antepassados para a deixarmos intacta para os nossos netos". (GM)
                                  
Há duas perguntas que deveriam ser feitas a Fernando Catarino:
1 – Como explica que milhares de pessoas tenham assinado a Petição?
2 – Quantas pessoas, no seu entender, assinariam uma hipotética Petição favorável à sua posição? (HBM)
                                  
Um grande obrigado por esta oportunidade que nos ofereceram. (JALF)
                                  
As atitudes ressabiadas nunca ficam bem a ninguém, muito menos a uma personalidade respeitável como é o Prof. Catarino. Não discuto as opções e decisões tomadas, até admito que não tenham sido as melhores. Apenas lamento que só agora, tão tardiamente, se ouça a sua voz. Se falou e foi silenciado, se quis falar e não o deixaram, então isso deveria ficar esclarecido. Já agora acrescento que esta discussão me parece deslocada num blogue de jornalistas. (JSM)
                                  
O artigo do Prof. Fernando Catarino põe a nu uma situação que alguns de nós suspeitávamos. Depois de abandonar a direção do JB, ele sofreu desconsiderações incompreensíveis e injustas para alguém que se dedicou durante muitos anos e apaixonadamente ao Jardim Botânico. […] No tempo em que decorreu o concurso televisivo Grandes Portugueses eu votei nele. Pela sua estatura científica e cívica continuo a considerá-lo um Grande Português. (JMP)
                                  
A guerra civil em que se transformou este país parece que chegou também ao nosso Jardim. Estou triste. (LS)
                                  
Li as palavras do Prof. Catarino. Foi com ele que aprendi a gostar do Jardim Botânico, quer como aluna quer como docente de Biologia. Durante alguns anos tive o privilégio de ter um gabinete com acesso direto ao Jardim. Este gosto pelo Jardim tem-me levado a visitar outros em diferentes cidades e concluo sempre que o nosso é muito bonito. Faz parte do nosso património, tal como um museu, só que os objetos são as plantas e estas precisam de condições para sobreviver, tal como nós, daí que, entre outros problemas, a rega e a manutenção são essenciais. Estes problemas não são novos, só que infelizmente foram adiados e remediados, não levados a sério. O Jardim foi sempre dependendo da Universidade e assim se foram acomodando sem se procurar mecenatos tão importantes nestas situações. Sempre defendi que o Jardim deveria ter um diretor a tempo inteiro, só assim alguém pode dedicar-se a procurar apoios. Durante alguns anos fiz parte da Liga dos Amigos do Jardim Botânico. Com o Prof. Catarino recebi as primeiras inscrições de sócios. Penso que a Liga pode e deve trabalhar juntamente com a direção para ajudar a ultrapassar problemas […] (TAPC)
                                  
Quase me vieram as lágrimas aos olhos ao ver o vosso filme [secção"Convidados "]. Que saudades daquele tempo e daquele Mestre, rosto e alma do Jardim como vocês chamam e muito bem, que nos encantava com aquelas verdadeiras aulas ao ar livre, o tempo passava sem nós nos darmos conta. Participei em duas viagens com o Prof. Catarino, de uma delas guardo uma cena inesquecível. Estávamos na Serra da Arrábida, caminhámos quilómetros e quilómetros sempre a ouvi-lo a explicar e a contar histórias maravilhosas. Depois descansámos no coração da Serra, num local muito agradável. O Prof. pediu então para nos sentarmos no chão à volta dele e para nossa surpresa começou a dizer belos poemas que tinham a ver precisamente com aquele ambiente. E que bem ele os dizia! Foi meia hora poética de uma imensa felicidade. […] (VL)



Constança Lucas

Ilustradora e educadora

http://constancalucas.blogspot.com

Matilde Rosa Araújo
Encontrei vossa entrevista a Matilde Rosa Araújo de quem gostava tanto que criei uma página de homenagem em
http://www.facebook.com/pages/Matilde-Rosa-Araújo-homenagem/138787266182940

e já coloquei um link para a entrevista.
Sou autora dos desenhos do Livro "Lucilina e Antenor".
                    

Quem mais tenha outras informações, fotos, recortes, seria muito bom poder partilhar.
Abraços daqui de São Paulo / Brasil num dia lindo de outono.




José Feijó
Investigador principal no Instituto Gulbenkian de Ciência
e professor na Faculdade de Ciências – UL

Não sou tão azedo, mas…
[O autor reporta-se ao comentário do leitor anterior]

Não sou tão azedo como o vosso leitor, mas sem dúvida que é um ponto de vista pertinente. Esperemos que o futuro modifique as coisas à medida que este tipo de acontecimentos se tornem mais regulares.


P.Teles Xavier
Estudante ex-bolseiro de Iniciação Científica (BIC)

José Feijó, ciência e cientistas em Portugal
[ O autor reporta-se à crónica de Pedro Foyos sobre o destaque dado pela revista "Science" a uma descoberta, no âmbito da Biologia Vegetal, feita pela equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência dirigida pelo Prof. José Feijó ]

As descobertas científicas, por muito importantes que sejam, têm em Portugal um reduzidíssimo interesse público. Bem poderia a Science dedicar um número inteiro a Portugal que tal em nada impressionaria a nação outrora descobridora dos chamados "novos mundos". O mais confrangedor é que a própria comunidade científica reage com indiferença aos progressos da ciência portuguesa, quantas vezes com despeito quando esses progressos acontecem fora dos seus territórios académicos, ou quando, simplesmente, não tiveram protagonismo nos mesmos. Esta é a realidade que, afinal de contas, está em perfeita harmonia com a decadência pátria no seu todo. A descoberta da equipa de José Feijó empolga em primeira linha os cem mil assinantes da Science espalhados pelos cinco continentes (um milhão de leitores considerando as antecipações on-line). Mas seria interessante saber quantos cientistas portugueses, trabalhando em Portugal, leem a centenária publicação de referência internacional. E quantos se regozijaram com este novo êxito do Instituto Gulbenkian de Ciência. Possivelmente poucas dezenas de crédulos puros e resistentes que teimam em não desertar, como é o meu caso. Contrariando o título da crónica: Estamos mesmo sós.


Fernando Correia
Jornalista.
Diretor da Licenciatura em Comunicação e Jornalismo
da Universidade Lusófona

Era pena que a experiência ficasse nas gavetas
Devo confessar que só hoje tive oportunidade para visitar com algum vagar o "Casal das Letras" (que nome feliz!) e não queria deixar de vos mandar um forte abraço pela excelente ideia que tiveram, da conceção à concretização. Era uma pena que a vossa rica experiência – jornalística, mas não só – ficasse nas gavetas das lembranças de alguns. O "mal" da Internet é a frustração com que se fica ao verificar que, pura e simplesmente, não temos (não tenho...) tempo para usufruir do muito de bom que lá podemos encontrar. O "Casal das Letras" aí está para o provar! Parabéns, pois, e que a força não vos falte para darem continuidade ao vosso trabalho.


Tibério Cid
Artista gráfico

A radioatividade não distingue fronteiras
[O autor reporta-se ao comentário do leitor anterior]

A propósito das coisas pouco ou nada ditas, ou ditas somente quando há notícia de um terramoto daqueles de respeito, surpreende-me o silêncio em relação à central nuclear espanhola de Almaraz, quase paredes-meias com Portugal. Não é do meu género ser alarmista, apenas proponho este exercício de futurologia: amanhã ocorre um terramoto de grau elevado com epicentro naquela região; algum bem-aventurado cidadão português imaginará que Portugal estará imune à contaminação? A esses ingénuos teremos de abrir os olhos e explicar que a radioatividade não dintingue fronteiras e viaja incógnita à velocidade do vento. Agora que o debate do nuclear parece renascer das últimas cinzas, lá vem à baila a central de Almaraz. Ainda por cima está decrépita, segundo se diz. Como sempre, o tema vem à tona de água por uns dias, não tardará a mergulhar de novo nas profundezas do esquecimento. Todos deveríamos exigir aos nossos políticos que encarassem de forma enérgica esta realidade tão incómoda para Espanha mas ainda mais para Portugal, possível vítima colateral e que, felizmente, tem tido o bom senso de não construir nenhuma central nuclear, apesar das pressões de grupos gananciosos que, como escreve José Jorge Letria, «se alimentam apenas da sede de lucro.»


Aníbal Santos
Técnico de Agricultura Biológica

José Jorge Letria
Impossível dizer tanto em tão poucas palavras. O vosso convidado José Jorge Letria fez uma síntese perfeita deste mundo contraditório em que vivemos. Por um lado avançamos lentamente para uma democracia global ou, pelo menos, regimes mais libertos de totalitarismos. Mas, por outro, o planeta está perigoso como nunca. Costuma argumentar-se que sempre houve desastres naturais, os terramotos, os tsunamis, etc. É certo. O problema é que os desastres naturais de hoje transformam-se rapidamente em cataclismos capazes de levar a destruição e a morte a grandes áreas do planeta. Basta que aconteçam na vizinhança de uma central nuclear. Uma coisa que poucas vezes é dita é que estas centrais constituem um dos maiores negócios do mundo. E aí está, para citar de novo o José Jorge Letria, não são as pessoas que estão em primeiro lugar, são sim os cifrões.


Fernando Catarino
Biólogo. Professor jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
e antigo diretor do Jardim Botânico daquela Universidade

Ao serviço da cidadania
Um festivo cumprimento pela vossa criativa energia e pelo uso tão atempado da "rede" – que não irá desencadear transformações políticas urgentes mas vai ser um veículo moderno que ambos sabem bem guiar num serviço público ao serviço da cidadania. .


Eduardo Pereira
Estudante universitário

Rómulo de Carvalho / António Gedeão
Consumi uma boa meia-hora na leitura da entrevista com Rómulo de Carvalho (ou seja, António Gedeão) e tomara eu que venha a dispor de muitas meias-horas tão gratificantes. Já o admirava, fiquei a admirá-lo mais graças a uma entrevista tormentosa, conduzida com elegante tenacidade, difícil para o entrevistado e para a entrevistadora. Um não quer responder, outro quer obter respostas! Note-se – isto é surpreendente – que o entrevistado chega a hostilizar a entrevistadora e, se me é permitida uma opinião, acho que ele chegou a ser, num passo ou noutro, um bocadinho malcriado… Acontece que no meio desta peleja surgem constantemente declarações extraordinárias e corajosas (também deprimentes, é verdade) que só um espírito superior como o de Rómulo de Carvalho poderia fazer. Se algum estudante de Jornalismo passar por aqui aconselho-o a não perder esta entrevista.
Fico agora à espera de Gastão Cruz, outro dos "meus poetas", cuja entrevista só está anunciada. Parabéns pela inicativa !


José António Santos
Jornalista.
Secretário-Geral da Agência Lusa

Olhar o presente, descodificá-lo, entendê-lo…
Tenho de fazer uma declaração prévia de interesses: sou parte do que vi e reencontrei, por isso é natural que tenha gostado. Fazer memorial é trazer a memória para o presente, revelá-la na atualidade perene que mantém. E também olhar o presente, descodificá-lo, entendê-lo na circunstância e na sua história. Vós o fizestes em "Casal das Letras", trazendo para o mundo global muito do que sois e que eu, em parte, testemunhei e dou testemunho no abraço em que a ambos vos envolvo.


Pratas Vital
Professor de Neurocirurgia
e antigo diretor do Hospital de Egas Moniz, em Lisboa

Que cresça e frutifique
É com surpresa e muita admiração que assisto ao lançamento deste "Casal das Letras". O "espírito errático e vagabundo" encontra-se em casa dos "pais" e está para ficar.
Os meus votos para que cresça e frutifique. Bem hajam pela iniciativa. Vou estar sempre atento. Abraço eterno.


Gil Montalverne
Jornalista e divulgador científico

Reencontro com grandes momentos
O "Casal das Letras" apresenta-se desde já como algo de muito promissor na área da Cultura Web em relação aos conteúdos de origem portuguesa. A circunstância de se tratar de um casal que percorreu (e percorre) o seu caminho no jornalismo e na literatura de uma forma eticamente irrepreensível – o que nem sempre é vulgar no nosso país – faz antever o nosso reencontro com os grandes momentos que nos ofereceram no passado, não só no jornalismo  como na literatura e na poesia. Certamente a tudo isso irão juntar-se novos textos que a extrema sensibilidade dos dois autores não deixarão de nos dar. Apesar de nem sempre quanto desejaria ter estado junto deles sinto-me lisonjeado por ter merecido a sua amizade que tentei retribuir dentro das minhas fracas capacidades, bem longe da sua experiência e sabedoria. A Web ganhou um novo espaço ao qual se adivinham muitos visitantes que desejem aumentar os seus conhecimentos neste importante aspeto da cultura nacional. Um forte abraço aos dois amigos e o desejo de que continuem com este projeto por muitos e muitos anos.


Tibério Cid
Artista gráfico

A respiração de que andamos necessitados.
Logo ao primeiro minuto dá para perceber que este não é um espaço igual à generalidade da buliçosa luso-internet. Requer sucessivos e demorados olhares. Como quem programa a visita a uma grande cidade e a vai dividindo em parcelas excursionistas: hoje será este bairro, amanhã aquele jardim, depois um certo museu. Pela paixão e divulgação de temas tão pertinentes, atuais, desassombrados, o Pedro Foyos e a Maria Augusta Silva continuam a proporcionar-nos (ao cabo de 50 anos de jornalismo, como assinalam) a respiração jovem e lúcida de que tanto andamos necessitados. Também por aqui se respira muito humor – um humor inteligente, não o corrente humor foleiro. E critica-se, analisa-se com ética, sem violência verbal. Resumindo, este é um espaço aprazível, culturalmente proveitoso, que frequentarei a partir de hoje.



Nove meses depois...
Junho de 2010: Acabo de receber um e-mail que, entre outras coisas, reza o seguinte:

"Resolvi antecipar um empreendimento que até agora não passava de um mero projecto: um Site! Site mesmo! Terá dois autores, ambos jornalistas. Nada de especial. Ambos casados. Ainda nada de especial. A singularidade está no facto de viverem sob o mesmo tecto, ou seja, são casados um com o outro ...
... Não me apetecia envolver nisto uma das mil empresas do sector que proliferam por aí. Agradar-me-ia alguém com quem pudesse estabelecer uma relação empática e criativa. Tu !
Não há qualquer urgência, mas não escondo que gostaria de ver isto concretizado na rentrée ... "

Perante tal subtileza, como poderia resistir a este desafio? A rentrée, afinal, só surge após 9 meses de gestação, que os progenitores são exigentes e todos os detalhes tiveram de ser acertados até ao mais ínfimo pormenor... ou não fosse este "um espaço de antigas e novas reflexões ... Um sítio de encontro."

Foi uma honra e um grande prazer contribuir, ainda que modestamente, para dar corpo à ideia.

Encontramo-nos nos sítio do costume !

  Caro Armando, este espaço de partilha existe graças à tua alma e talento. Ao longo de quarenta anos de amizade (que eternos jovens somos!) queremos dizer-te que a vida só faz sentido enquanto existir na complexa e ao mesmo tempo frágil condição humana os "bons de coração" como tu.
MAS/PF


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